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terça-feira, 29 de março de 2011

Risco de diabete gestacional é maior em grávida que ronca

Se você anda acordando o seu marido no meio da noite com ruídos fora do comum, saiba que incomodar o parceiro não é o único problema dessa história. Um novo estudo da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, constatou que mulheres que roncam três ou mais vezes por semana têm 14,3% de risco de desenvolver a diabete gestacional. Entre as que não emitem a barulheira, a porcentagem cai para 3,3%.

O sinal pode indicar a baixa oxigenação durante o sono, capaz de desencadear uma série de eventos no organismo. “O sistema nervoso simpático é acionado e a pressão arterial sobe. Isso provoca inflamações e mudanças metabólicas, aumentando o risco de diabete ou baixa tolerância ao açúcar”, explica a ginecologista e obstetra Francesca Facco, autora da pesquisa que acaba de ser apresentada durante o 23º Encontro Anual da Associated Professional Sleep Societies, nos Estados Unidos. Esse sistema não mais é do que uma cadeia de gânglios situados perto da medula, que, numa situação de estresse, mandam o organismo liberar adrenalina, substância que estreita os vasos sanguíneos.

Outra conclusão do estudo é que, conforme a gestação evolui, a propensão ao ronco aumenta. No começo da gravidez, 11% das entrevistadas relataram a perturbação, enquanto no terceiro trimestre o número subiu para 16,5%. “As prováveis causas do transtorno são o ganho de peso e a retenção de líquidos, responsáveis pela maior resistência nas vias aéreas”, diz Francesca.

Pré-natal - Os exames que esclarecem suspeitas

Quando os exames de rotina levantam qualquer suspeita, os médicos sacam da manga testes de alta tecnologia para verificar o quadro. A evolução da medicina nessa área permite que casos complicados, como as doenças cardíacas, sejam solucionados ainda no útero ou logo após o parto. Veja alguns exames para situações para lá de especiais.

Amniocentese
É o exame que mais assusta as gestantes, pois consiste em retirar o líquido amniótico através de uma punção na barriga com uma agulha bem fina. Além de ser um pouco dolorido, ele aumenta o risco de abortamento. Mas, como o líquido amniótico é rico em informações genéticas sobre o bebê, sua análise é uma poderosa ferramenta para diagnósticos. Ele detecta, com 99% de certeza, alterações como a síndrome de Down. É indicado quando a translucência nucal está alterada. “Também o recomendamos para mulheres acima de 35 anos, se existe antecedente de má-formação fetal ou se for necessário avaliar a maturidade pulmonar do bebê”, explica o obstetra Luiz Roberto Milano Silva, membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo. É realizado entre a 15ª e a 20ª semana.

Teste de Coombs
Quando o fator Rh da mãe é negativo e o do pai positivo, a mulher deve solicitar esse teste, feito por exame de sangue. Ele revela se houve contato entre o sangue materno e o do bebê para que seja iniciado o tratamento antes que o feto se prejudique. Realizado mensalmente, em jejum de três horas.

Ecocardiografia fetal
Com o aparelho de ultra-som, é possível visualizar o funcionamento e a anatomia do músculo cardíaco do feto. É indicado para as grávidas que têm histórico de más-formações cardíacas na família. Realizado a partir da 18ª semana, quando o coração já está formado.

Perfil biofísico fetal
Esse exame é solicitado quando existe a suspeita de o desenvolvimento do bebê estar comprometido. Indicado nas gestações de alto risco, ele avalia movimentos respiratórios, movimentos dos membros, tônus muscular, reatividade da freqüência cardíaca e volume do líquido amniótico. Realizado após a 28ª semana por aparelho de ultra-som.

Teste de sobrecarga
Quando a gestante apresenta alteração na glicemia, com um resultado superior ou igual a 86 mg/dL, é recomendado o teste de sobrecarga. Ele consiste na retirada de sangue depois da ingestão de uma alta taxa de glicose. O teste revela intolerância à glicose se o resultado estiver acima de 140 mg/dL e aponta diabete gestacional quando supera a barreira de 200 mg/dL. É realizado no terceiro trimestre.

Quando se indica a biópsia da placenta

A biópsia da placenta é uma alternativa mais moderna à amniocentese, pois pode ser realizada bem no início da gestação (entre a 12ª e 14ª semana), e o resultado fica pronto rapidamente, geralmente em dois dias. Ela analisa o vilo corial, uma pequena estrutura da placenta que contém cromossomos e material genético idêntico ao do feto. O objetivo é pesquisar anomalias, como a síndrome de Down. O exame consiste em retirar, com anestesia local, um pequeno pedaço da placenta com uma agulha fina e auxílio de um ultra-som. “Recomendamos àquelas mulheres que tiveram o resultado da translucência nucal alterado, ou seja, maior do que 2,5 milímetros”, afirma o obstetra Luiz Roberto Milano Silva, membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo.
Em alguns casos, também pode haver indicação para mulheres acima dos 35 anos, que tenham histórico familiar de doenças genéticas ou que já tiveram um bebê com algum problema, como a síndrome de Down. Infelizmente, o exame oferece um risco de 1% de provocar aborto espontâneo ou sangramento. E não deve ser realizado se houver sangramento ou cólicas uterinas. É importante saber que, embora realizada mais tardiamente, a preferência é pela amniocentese, uma vez que os riscos de complicações da técnica, como o abortamento, são bem menores.

Cuide bem das suas mamas

Que tal anotar numa caderneta todas as dúvidas que estão passando pela sua cabeça neste exato momento? Assim, você não vai se esquecer de perguntá-las ao obstetra na próxima consulta do pré-natal. De quebra, vai tirar um monte de preocupações da frente. Por falar em dúvidas, levantamos algumas das questões mais comuns sobre os cuidados com os seios durante a gravidez. Confira as respostas.

1. Quando o sutiã de sustentação deve ser usado?
Procure usar essa peça durante o dia e à noite. Pode parecer exagero, mas esse cuidado evitará que os seus seios fiquem flácidos depois que o bebê nascer e quando você começar a amamentar. "Um dos primeiros sinais da gravidez é o crescimento das mamas. Por isso, elas precisam, o quanto antes, de uma boa sustentação", observa a enfermeira Márcia Regina da Silva, coordenadora do curso de gestantes do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, e jurada do II Prêmio SAÚDE!.

2. Existem restrições a cremes e sabonetes?
Sim. Use apenas água para lavar o mamilo e a aréola. Na hora de aplicar hidratantes ou produtos que previnem estrias, não besunte essa parte do seio. Ali, a pele é mais delicada e, em contato com cremes ou sabonetes, vai perder sua proteção natural. Sem esse cuidado, o resultado aparecerá mais adiante, depois da gravidez, na forma de incômodas rachaduras que podem dificultar a amamentação.

3. Esfregar buchas e toalhas nos mamilos vai deixá-los mais resistentes?
Não. Ao contrário do que muita gente pensa, esse procedimento apenas favorece o aparecimento de lesões. O mamilo é resguardado naturalmente pelas glândulas de Montgomery, pequenos nódulos que surgem nas aréolas durante a gravidez. "São elas que lubrificam e protegem essa parte do seio", explica a consultora em amamentação Lívia Teixeira, do Consultório de Aleitamento Materno, em Salvador. Friccionar uma esponja ou toalha ali jogará por água abaixo toda essa proteção, além de aumentar o risco de fissuras durante o aleitamento.

4. É recomendável fazer exercícios para os seios?
Não. Segundo a consultora em amamentação Lívia Teixeira, além de causar dor, torções ou puxões nessa área são ineficazes. Essas técnicas apenas causam mais estresse para a mulher, alerta.

5. Banhos de sol são benéficos para os mamilos?
Sim. Os banhos de sol são indicados para prevenir as rachaduras nos mamilos durante a amamentação. E não precisa esperar o bebê nascer para adotar esse cuidado. Escolha um horário apropriado, no início da manhã ou no fim da tarde, e não deixe a pele exposta por mais de 15 minutos.

Mamilos invertidos




É um detalhe tão sutil que pode passar despercebido. Porém, durante o aleitamento, não há como não notar. Os mamilos invertidos (aqueles que não se projetam para fora) ou pseudo-invertidos (que se exteriorizam pouco) podem causar dor e desconforto. A situação também não é das melhores quando a futura mãe apresenta uma sensibilidade exagerada no bico do peito aí, o simples contato com a água pode provocar aquela aflição.

No entanto, antes de esquentar a cabeça com o assunto, vale lembrar que apenas um bom profissional pode dizer se a mulher tem esse tipo de mamilo ou não. "Os invertidos são mais raros, enquanto os pseudo-invertidos, mais comuns", adianta a enfermeira Márcia Regina da Silva, coordenadora do curso de gestantes do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, e jurada do II Prêmio SAÚDE!. Além disso, segundo ela, quem apresenta essa particularidade precisa de acompanhamento especial durante a gravidez e também na amamentação. Mas que fique bem claro: isso não impede o aleitamento e há como reverter as dificuldades.

Cuidados diários
Incluir banhos de sol na rotina da gravidez e evitar o uso de sabonetes, óleos e cremes sobre os mamilos pode melhorar sua resistência durante a amamentação. Na verdade, esse zelo é recomendado para todas as mulheres.

Já as conchas especiais, airadas e com base flexível, são indicadas em casos específicos, para estimular a protuberância do mamilo. "Os resultados são lentos, mas a vantagem é que elas não machucam e costumam ter efeito positivo em mulheres com a inversão ou pseudo-inversão do bico do peito", afirma Márcia Regina. O acessório é geralmente utilizado por cerca de duas horas por dia, a partir do quarto mês de gravidez. A orientação de um profissional também é essencial nesse caso.

Quando a sensibilidade é o problema
Aqui, a estratégia é deixar o mamilo roçar na roupa ou usar um sutiã de amamentação, mantendo a aba aberta. O atrito com o tecido, aos poucos, reduzirá o desconforto. Outra dica é passar suavemente uma esponja ou toalha sobre essa região na hora do banho.

A partir do sétimo mês, quando as mamas já estão produzindo o colostro, a recomendação é passar esse líquido amarelado diariamente na aréola e no mamilo, deixando-os secar ao ar livre. A substância, que será o primeiro leite ingerido pelo bebê, também vai prevenir eventuais irritações e fissuras durante a amamentação.

O preço de guardar o cordão umbilical

Na verdade, por enquanto, o que os médicos guardam é o sangue do cordão umbilical e não o cordão em si. E, só pela coleta, a despesa gira em torno de 4 mil reais. Na realidade, encontramos preços que vão de 3,5 a 5,5 mil reais. Todas as clínicas parcelam esse valor mas, atenção, só até o dia do parto. Portanto, feitas as contas, quanto mais no início da gravidez é tomada a decisão, maior o número de parcelas, aliviando um pouco o bolso dos futuros papais. Os bancos privados, onde esse material fica armazenado, cobram ainda uma taxa anual de cerca de 600 reais. Uma alternativa é doar o cordão umbilical do seu filho para um banco público. Aí, como o próprio nome indica, o material ficará disponível para a população e não será de uso exclusivo de sua família. Essa é, a meu ver, a melhor escolha, diz a geneticista Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano, na Universidade de São Paulo. No do banco público, não há custo algum para você nem sequer o da coleta. O valor será pago pelo sistema de saúde.

segunda-feira, 28 de março de 2011

60 perguntas e respostas sobre o parto

mãe grávida
O Trabalho de Parto1. Quais exames devo fazer antes do parto?
Além dos exames normais do pré-natal, é preciso fazer a cultura de secreção vaginal para pesquisar a presença do Streptococo agalactie. Trata-se de uma bactéria que coloniza os tratos intestinal e genito-urinário, que pode contaminar o bebê na hora do parto normal, levando a quadros graves, como pneumonia, meningite e até septicemia.



2. É mesmo necessário fazer a tricotomia, o corte dos pelos pubianos?
Não há consenso. Muitos especialistas defendem que os pelos pubianos garantem maior proteção e a retirada deles pode até dificultar a cicatrização no caso de infecções.



3. E a lavagem intestinal?
Há duas posturas. Alguns médicos consideram o procedimento necessário porque no parto normal, ao passar pelo assoalho pélvico, no final do canal de parto, o bebê espreme o reto e, se houver grande quantidade de fezes, elas serão expelidas no momento da expulsão do bebê, podendo contaminá-lo e ainda infectar o corte da episiotomia.

No entanto, outros obstetras, defensores do parto natural, acham que a lavagem é absolutamente desnecessária e alegam que a própria Organização Mundial da Saúde cita essa rotina como um dos fatores capazes de atrapalhar o trabalho de parto. Segundo Andréa Campos, ginecologista e obstetra da Casa Materna (Gama, Grupo de apoio à Maternidade Ativa), não há nenhum problema se a mulher evacua na hora do nascimento.



4 .A episiotomia, aquele corte cirúrgico no períneo, é obrigatória?
Existe uma grande controvérsia sobre a necessidade daquele corte que o médico faz no períneo para facilitar a saída do bebê. Alguns profissionais acreditam que o parto só pode ser considerado normal pra valer se não houver episiotomia nem anestesia.

O fato é que, dependendo do caso, a saída do bebê pode causar, sim, lacerações na mãe. E a episiotomia tem a vantagem de ser uma lesão controlada, que não causará danos em nervos e que será capaz de abreviar o parto em algumas circunstâncias – o que é muito positivo para a musculatura da região.

“A episiotomia preserva os músculos da região perineal, evitando problemas futuros”, diz a ginecologista e obstetra Lúcia Hime. “Nunca me arrependi de fazer a episiotomia em pacientes, mas já me arrependi do contrário”, faz eco o obstetra Flávio Garcia Oliveira. “O procedimento funciona bem quando há necessidade de urgência no nascimento”, exemplifica Andrea Campos.



5. Em quais casos se usa o fórceps?
Até hoje, quando há uma demora na expulsão da cabeça, o médico lança mão de instrumentos para ajudar a saída do bebê. São os chamados fórceps baixos, ou de alívio, só para que a criança não fique muito tempo no canal vaginal, podendo apresentar problemas de oxigenação.

Já os fórceps ditos altos, em que o médico puxa o bebê lá de cima, tendem a desaparecer porque são extremamente agressivos – não raro, causam lesões neurológicas no bebê e lacerações na mãe.


6. Por que o cordão umbilical no pescoço preocupa tanto se o oxigênio não passa pelo pescoço do bebê?
Essa preocupação, comum entre as futuras mamães, é mais folclórica, porque é muito comum ouvir alguma história catastrófica envolvendo cordões. Os médicos não se preocupam tanto com isso – até porque 20% dos bebês têm o cordão enrolado em alguma parte do corpo sem que isso provoque nenhuma complicação.



7. Quando se recomenda fazer uma indução do parto?
Ela pode ser indicada em várias situações. A mais comum é quando a data provável do nascimento ultrapassou os 15 dias de tolerância. Mas ela só poderá ser iniciada se o colo estiver favorável.

A indução também pode ser feita para abreviar a gestação em função de possíveis riscos à mãe e ao bebê, incluindo doenças como a hipertensão e o diabete.

Seja qual for o motivo, para induzir ao parto o médico lança mão de drogas capazes de provocar contrações do útero e a dilatação do colo. E elas não são livres de riscos: a intensidade e a frequência das contrações podem ser maior do que o necessário, causando hemorragias e sofrimento fetal. Quando isso acontece, a única saída é realizar uma cesárea de emergência.



8. Quais os sinais do trabalho de parto?
São muitos e variam de mulher para mulher. Podem começar com dores na região lombar que se irradiam para o abdômen, deixando a barriga dura mais ou menos a cada meia hora – são as famosas contrações. Calma! O simples surgimento delas não significa que chegou a grande hora. É preciso que a mulher sinta duas contrações de 40 segundos a um minuto e meio no período de dez minutos para se ter a certeza de que o parto está mesmo para acontecer.

Em outras mulheres, porém, o trabalho de parto se anuncia com um discreto sangramento genital ou ainda com a rotura da bolsa, derramando todo o líquido em seu interior. Outro sinal importante é a dilatação do colo uterino acima de 2 centímetros, mas isso só o médico pode observar.


9. O que fazer se a bolsa rompe?
Avise seu médico. Não é preciso sair voando nem se desesperar se o líquido for claro. O bebê não vai escorregar! Mas, se o fluido estiver escuro, corra para o hospital. A coloração escurecida indica a presença de mecônio, como os médicos chamam as primeiras fezes do bebê – e, se ele defecou na barriga, é sinal de que está sofrendo.



10. Como identificar se a bolsa está fissurada?
A rotura da bolsa normalmente leva à perda de uma grande quantidade de líquido. Quando acontece apenas uma fissura, sai um pouquinho de fluido, que parece um corrimento. Aliás, fissuras assim são relativamente raras e não trazem grandes problemas nem para mãe nem para o bebê.



11. Quais as características do líquido?
Ele é claro e tem um cheiro que lembra o de água sanitária. Se estiver escuro, pode sinalizar a presença de mecônio, as fezes do bebê.



12. Quanto tempo dura o trabalho de parto? Há um limite razoável?
Nas grávidas de primeira viagem, ele costuma durar entre oito e 12 horas. Em geral, após 12 horas de trabalho de parto, é preciso avaliar cuidadosamente as condições da mãe e do bebê para verificar se é possível continuar esperando. “Não há limite, mas existe prudência”, frisa a ginecologista Lúcia Hime. É necessário que, durante todo o tempo, mãe e filho estejam bem. De qualquer modo, essa duração tende a diminuir nos partos seguintes. No segundo filho, por exemplo, costuma variar de quatro a seis horas, e no terceiro, de duas a três.



 13. Como diferenciar uma contração verdadeira de uma falsa?
As contrações que sinalizam o início do trabalho de parto se repetem com frequência geralmente sincrônica, regular – por exemplo a cada 30 minutos, a cada dez, a cada cinco.... Além disso, na medida em que o tempo passa, o intervalo entre elas sempre diminui e elas vão se tornando mais intensas e doloridas. As dores começam no fundo do útero e se espalham sempre para baixo, no sentido barriga, região lombar e pelve. Já as falsas contrações podem ser doloridas, mas não têm regularidade nos intervalos. Não ficam necessariamente mais fortes na medida em que o tempo passa e sua dor se espalha em qualquer direção, em vez de seguir a rota da barriga para a região lombar e da região lombar para a pelve.
14. Exercícios, como a caminhada, favorecem a dilatação?
Eles não ajudam a abertura do colo, mas favorecem a descida do bebê. Por isso, muitas vezes a grávida é estimulada a caminhar durante o próprio trabalho de parto.



 15. O que fazer na hora das contrações para aliviar a dor?
Massagens, principalmente na região lombar, banhos de água morna e permanecer sentada sobre aquelas bolas grandes de fisioterapia. Tudo isso gera relaxamento e diminui o tormento.



 16. Há como se preparar durante a gravidez para facilitar o trabalho de parto?
Os exercícios físicos, bem como os respiratórios, ajudam a mulher a chegar ao momento do nascimento com um condicionamento mais adequado. O pilates, por exemplo, fortalece a musculatura abdominal e isso ajuda. Na hora agá, um abdômen mais forte facilita ajuda a empurrar o bebê pelo canal vaginal.



17. Por que dizem que a mulher deve parar de comer e beber ao entrar em trabalho de parto?
Isso não é obrigatório. O problema é que as contrações às vezes causam náuseas e, se o estômago estiver cheio, podem desencadear vômitos. Além disso, dependendo da anestesia que será administrada, também podem ocorrer sintomas desagradáveis se a mulher tiver ingerido alguma coisa.



18. Afinal, a Lua influencia o trabalho de parto?
Esse fenômeno não tem nenhuma comprovação científica. Mas especula-se que haja uma explicação física por trás dessa antiga crendice. Assim como está comprovado que a lua cheia tem influência sobre o deslocamento de águas elevando as marés, pode-se imaginar que ela atuaria sobre o líquido amniótico, e o bebê seria empurrado com maior intensidade sobre o colo do útero, estimulando o início do trabalho de parto.



O parto normal19. Quais os benefícios de um parto normal para a mulher?
A grande vantagem é que não se trata de uma cirurgia propriamente dita, com vários cortes e suturas. Portanto, o risco de infecção e hemorragia é menor. Pelo mesmo motivo, a recuperação no pós-parto é melhor. O parto normal também favorece a amamentação, porque dispara uma enxurrada hormonal, avisando o organismo que é hora de começar a produzir leite. Isso sem contar que a relação entre mãe e filho tende a se estabelecer mais cedo, já que a mulher participa ativamente do nascimento.



20. E para o bebê?
Estudos mostram que a criança respira melhor, se ela nasce via vaginal. Isso porque, ao passar pelo canal de parto, o pequeno tórax sofre uma compressão que ajuda a expulsar o líquido de dentro dos pulmões. E isso facilita suas primeiras respirações fora do útero, diminuindo o risco de infecções. Por esse motivo, aliás,o risco de o bebê nascer com o chamado desconforto respiratório é maior nas cesáreas.



21. Quais as grandes contraindicações para um parto normal?
Quando há desproporção entre o diâmetros da cabeça do bebê e o da bacia da mãe, se a mulher sofre de cardiopatias graves ou se há sofrimento fetal e materno agudos. Em outros casos, a contraindicação é relativa – e aqui estamos falando nas doenças capazes de levar à baixa oxigenação do bebê durante o parto, como hipertensão arterial materna e pré-eclâmpsia grave.



22. Bebê grande impede o parto normal?
Se a bacia da mãe for incompatível, isto é, muito menor, sim.



24. Depois de ter um filho por meio de cesárea, o segundo pode nascer de parto normal?
A mãe que já sofreu uma cirurgia não precisa obrigatoriamente passar por outra. Mas deve-se avaliar cuidadosamente o risco de ruptura do útero, uma das principais contraindicações para o parto normal nessa situação. O importante sempre é o seguinte: opção pela via de parto vai depender das condições tanto da mãe quanto do bebê.



26. A possibilidade de parto normal é descartada quando a gravidez é de gêmeos?
Aqui a possibilidade de um parto normal está ligada à posição do segundo bebê. Se o primeiro estiver encaixado e o segundo atravessado na cavidade uterina, em geral o médico opta pela cesárea. Aqueles com vasta experiência em parto natural, no entanto, estão habilitados a fazer manobras que reposicionam o segundo bebê , descartando a necessidade da cirurgia.
27. Quais as possíveis complicações de um parto normal?
As mais comuns são hemorragias, infecções e problemas na progressão do trabalho de parto.
28. E como preveni-las?
O sangramento excessivo, principalmente logo após o nascimento do bebê, pode ser prevenido com um parto bem conduzido, capaz de evitar lesões e lacerações no canal de parto, além da correta expulsão ou retirada da placenta. Quando o problema é causado por uma falha na contração do útero, o uso de drogas específicas pode evitar verdadeiras catástrofes hemorrágicas.



29. Como é o pós de um parto normal?
Ele exige apenas cuidados com a região perineal em termos de assepsia. A mulher será orientada a lavar a cicatriz da episiotomia com água e sabonete durante o banho.



30. É verdade que muitos partos normais podem levar à incontinência urinária?
O parto normal – ou vários partos normais, que sejam – são apenas um dos fatores que levam ao problema. Há outros aspectos envolvidos, como o estado da musculatura. A própria gestação libera hormônios que a deixam mais flácida. Então, em tese, até quem passou por uma cesárea pode ter incontinência por causa da gestação. O problema do parto normal é quando ele é mal conduzido, durando mais do que o necessário, o que deixa o assoalho pélvico fragilizado.



31. Há como prevenir esse problema?
Um bom pré-natal e um parto bem conduzido são capazes de afastar o risco de incontinência urinária.
32. Por que alguns médicos esperam até a 42ª semana? E por que outros não?
A gestação compreende 40 semanas. Ao passar desse prazo, chegando perto das 42, ela já está se prolongando demais. No final da gravidez, a placenta envelhece e deixa de cumprir bem sua função de levar nutrientes e oxigênio ao bebê. Daí que, nessa fase final, a necessidade de controlar as condições da mãe e do filho é muito maior.


A cesárea33. Como é feita a cesárea? É verdade que o médico abre oito camadas de tecido da barriga?
É isso mesmo: na técnica mais usada, o cirurgião corta a pele, a gordura subcutânea, a aponeurose (invólucro ao redor da musculatura abdominal), o músculo, o peritôneo parietal (membrana que forra a parede abdominal), o peritôneo visceral (que reveste as vísceras), a parede uterina e a bolsa das águas para chegar ao bebê. Tanto a incisão da pele quanto a do útero são feitas de forma transversal. Após romper a bolsa, o médico retira o bebê e verifica sua oxigenação. Em seguida, ele corta o cordão umbilical e o pequeno é levado ao neonatologista. Depois, retira manualmente a placenta e limpa e toda a cavidade uterina dos tecidos que se formaram na gravidez. Só depois disso tudo, ele começa a fechar as camadas, terminando com a sutura da pele.



34. O que é o coeficiente Apgar?
É aquela nota que os bebês recebem logo ao nascer. Criado pela anestesista inglesa Virginia Apgar na década de 1950, o índice avalia cinco características do recém-nascido no primeiro e no quinto minuto de vida. O objetivo é checar sua vitalidade e como anda sua oxigenação fetal.

Os cincos aspectos avaliados são: a cor da pele, a frequência cardíaca, o esforço respiratório, o tônus muscular e como o bebê responde a estímulos. Cada um deles recebe uma nota de 0 a 2. Se a soma dos pontos resultar em uma nota entre 7 e 10, a criança é considerada normal. Um resultado menor do que 6 sugere que ela sofreu consideravelmente durante o parto ou mesmo antes dele e o neonatologista deve tomar medidas imediatamente.



35. Quanto dura a cirurgia?
Isso varia de médico para médico e de caso a caso. Numa cesárea sem intercorrências, a duração costuma ficar entre 40 minutos e uma hora.




37. Quais as possíveis complicações de uma cesárea? Como preveni-las?
Basicamente são as mesmas do parto normal, somados alguns outros riscos por se tratar de um procedimento cirúrgico. Entre eles, lesões de órgãos como a bexiga e os ureteres e até mesmo a laceração da incisão uterina. Tudo isso, claro, é evitado quando a operação é realizada por um bom médico e com o uso profilático de antibióticos, que entram em cena para barrar eventuais infecções.



O pós-parto da cesárea38. Por que a barriga parece ficar mais flácida após a cesárea e demora mais para voltar ao normal?
Isso não é verdade. A barriga pode ficar flácida em ambos os tipos de parto, ou não. Isso depende muito mais de como a mãe se preparou durante a gravidez para fortalecer a musculatura abdominal.
39. Aliás, em quanto tempo a barriga volta ao normal?
Em geral, em seis meses a mulher volta a ter a barriga de antes, tanto após a cesárea quanto no parto normal. Mas isso também depende do estímulo precoce do abdômen.



40. É possível fazer exercícios para a barriga logo no início?
Não só é perfeitamente possível, como recomendado. É mito pensar que as mulheres que passaram por uma cesárea não podem forçar a barriga porque estão doloridas ou usando cinta. Esse conceito está mudando muito hoje em dia. Os médicos tendem a aconselhar exercícios abdominais precocemente. Mas voltar à academia somente, bem, aí só após um mês.



41. Em quanto tempo pode-se dirigir?
Não importa se o parto foi normal ou cesárea: recomenda-se pegar no volante só após dez dias. A restrição, na verdade, está muito mais ligada às perdas de sangue, que podem deixar a mulher fraca, com tonturas.



42. E fazer atividade física?
Exercícios abdominais superiores, perineais ou para a musculatura das pernas e dos braços podem começar já no pós-operatório imediato. Mas voltar à academia somente após um mês – seja qual for o tipo de parto.



43. E ter relações sexuais?
Poucos casais seguem a recomendação à risca, mas o ideal seria esperar 40 dias, quando tudo já estiver cicatrizado. As primeiras relações devem ser mais cuidadosas, pois a vagina tende a ficar menos lubrificada.



44. Quando posso me levantar?
A mulher que acaba de dar à luz deve andar o quanto antes. Isso melhora o funcionamento do intestino e da bexiga e evita complicações tromboembólicas – quando o sangue coagula dentro das veias, principalmente nas pernas.
45. Quando o intestino volta a funcionar?
Não se assuste se ele demorar um pouco para voltar ao normal. Principalmente nos casos de cesárea, sempre fica uma pequena quantidade de sangue dentro do abdômen que dificulta o movimento do intestino. Por isso, nos três primeiros dias recomenda-se uma dieta rica em fibras.



46. E quando a bexiga volta ao normal?
Fica difícil urinar após a anestesia. Por isso, instala-se uma sonda durante a cesariana, que é retirada após 12 horas. Mesmo assim, ainda pode demorar um pouco para a mulher fazer xixi, e as primeiras vezes costumam ser doloridas.




 47. Quando o útero volta ao seu tamanho?
Geralmente, em seis semanas ele está como antes da gravidez. Nas primeiras 24 horas após o parto, graças às vigorosas contrações, ele já está na altura do umbigo.



48. Por que há um sangramento que parece menstruação depois do parto?
Você vai ter a sensação de que está menstruada para sempre, mas é mesmo assim – pelo menos nas primeiras duas ou três semanas, o útero sangra. Na verdade, é a área onde a placenta estava colada que despeja o sangue e pedaços de tecido, até se cicatrizar. São os chamados lóquios. No começo, eles são bem vermelhos, depois se tornam mais claros e, por fim, amarelados. Desaparecem lá pela sexta semana. Não há nada de errado nesse tempo longo. Só não podem ter cheiro forte ou ruim.


49. Por que dizem que amamentar dói mais em quem fez cesárea?
A amamentação é uma poderosa ajuda para o útero voltar ao tamanho normal e evitar hemorragias. Isso porque, ao dar de mamar você libera hormônios que estimulam as contrações do órgão – e, especialmente quando se passou por uma cirurgia, isso pode ser um pouco dolorido no início. A sensação é a mesma das cólicas menstruais.



50. Quando vou voltar ao meu peso normal?
Isso depende do quanto você engordou na gravidez. Estima-se que a mulher perca uns 5,5 kg logo após o parto, que seria a soma do peso do bebê, mais a placenta e o líquido amniótico, além da involução do útero. Outros 4,5 kg serão eliminados nas seis semanas seguintes. O restante é o excedente que você deverá perder, com ginástica, dieta adequada e muita, muita disciplina mesmo.



Parto: imprevistos que podem acontecer51. Qual o poder de decisão da mulher sobre como será seu parto?
Aqui há que se ponderar dois aspectos: a vontade e a segurança de cada uma. A indicação do parto é médica, por excelência. Só isso já deixa claro a necessidade de haver um excelente relacionamento entre a grávida e seu obstetra. A mulher deve confiar que ele está tomando a decisão correta ao indicar o tipo de procedimento. É bastante comum um trabalho de parto iniciar bem, com tudo favorável a um parto normal, e alguma complicação obrigar a uma cesárea de emergência. A mulher tem de estar convicta de que seu médico está apto a reconhecer a necessidade da mudança de rota.
 
 
 
52. Dá para virar um bebê sentado?
É até possível. É quando se apela para as chamadas manobras de versão, que podem ser externas ou internas. Cá entre nós, são cada vez menos recomendadas hoje em dia. Nelas, o médico faz o reposicionamento manual do bebê. Mas atenção: podem ser extremamente dolorosas e só devem ser realizadas por um profissional muito bem treinado e habilitado – no caso de manobras externas, sempre no momento em que o bebê está pronto para nascer, nem sequer um minuto antes. Algumas grávidas, porém, não são candidatas ao procedimento. O médico precisa avaliar uma série de condições, como a posição exata do bebê e da placenta, para afastar riscos como sangramentos e até mesmo o descolamento da placenta. As manobras internas são um pouco diferentes, porque são realizadas durante o parto.
 
 
 
53. O que acontece se os médicos notam mecônio no líquido na hora do parto?
Quando a gestação começa a ficar prolongada, o bebê pode liberar suas primeiras fezes ainda no útero – o chamado mecônio. Sua presença sinaliza sofrimento fetal, que é facilmente apontado por um aparelho chamado cardiotocógrafo. Ele é responsável por monitorar as condições do bebê. Ao menor sinal de sofrimento, o médico parte para uma cesárea.



54. Como chegar ao parto com todos os riscos de complicação sob controle?
Em primeiríssimo lugar, você deve ter um bom relacionamento com seu médico. É ele quem vai indicar todos os exames e procedimentos necessários – e é preciso que você confie que ele esteja fazendo a coisa certa. Isso inclui pelo menos 14 consultas no pré-natal – sendo que, no último mês, elas devem ser semanais. E, no mínimo, um ultrassom no primeiro trimestre, outro no segundo e outro ainda no terceiro trimestre.



Humanizado, de cócoras, na água... Novos e velhos conceitos sobre o parto55. O que é o parto Leboyer?
Na década de 1960, o francês Frederick Leboyer lançou a obra Pour une Naissance Sans Violence, que iniciou um movimento em defesa de uma forma menos violenta de nascer. O objetivo era tornar o parto mais tranquilo para o bebê, com pouca luz, silêncio, massagem nas costas em lugar da tradicional palmada para abrir seus pulmões, banho perto da mãe e amamentação precoce. Mas esse conceito em prol da criança não trouxe grandes mudanças para a mãe, que continuava parindo deitada, de costas, normalmente com as pernas presas.



56. Por que algumas mulheres querem um parto na água?
Foi na França que o obstetra Michel Odent começou a usar a banheira com água morna para aliviar as parturientes. O método ganhou o mundo, pois estudos mostram que ele, de fato, pode aliviar a tensão e a dor. O líquido quentinho estimularia a irrigação sanguínea, diminuiria a pressão e favoreceria o relaxamento muscular. Assim as dores ficariam mais suportáveis e a dilatação seria facilitada.


 57. Quais as vantagens do parto de cócoras?
Não à toa, desde tempos ancestrais mulheres buscam essa posição instintivamente na hora de dar à luz. E vários estudos mostram que o parto de cócoras é mais rápido e mais cômodo graças à ajuda da gravidade. A postura alarga a pélvis, aumentando o diâmetro para a saída do bebê – o que diminui a necessidade de episiotomia. Além disso, garante melhor oxigenação à criança, pois o peso do útero não comprime a veia cava da mãe, responsável por transportar o oxigênio



58. Qual a diferença entre o parto normal e o parto natural?
O parto natural é basicamente um parto normal – só que sem nenhuma intervenção, como anestesia, episiotomia e mesmo indução. O médico, ou a parteira, apenas acompanha e monitora a mãe e o bebê no hospital ou em casa. A mulher, no caso, é a agente de todo o processo.
 
 
 
59. O que faz uma doula?
Do grego “mulher que serve”, a palavra doula hoje é sinônimo de alguém que acompanha a mãe antes, durante e depois do parto, dando suporte físico e emocional. Ela não faz absolutamente nenhuma intervenção médica, mas ajuda a tranquilizar a mulher por meio de massagens, dando informações sobre procedimentos, indicando formas de aliviar a dor e, eventualmente, suavizando um ambiente mais frio do ponto de vista emocional. Há estudos que mostram o impacto positivo da presença de doulas, com menor incidência de cesáreas, do uso do fórceps, de analgesias e de episiotomias.



 60. Afinal, o que é parto humanizado?
Aqui não estamos falando de um tipo de parto, mas de um conceito que surgiu da constatação de que algumas medidas melhoram sensivelmente as condições da mãe e do bebê. Para o Ministério da Saúde, significa que toda gestante tem direito de passar por pelo menos seis consultas de pré-natal, ter vaga garantida em hospital e acompanhante na hora do parto. A Organização Mundial da Saúde, por sua vez, preconiza algumas medidas que devem ser fortemente estimuladas, como o respeito à escolha da mãe sobre a posição em que quer ficar durante do trabalho do parto e na hora de expulsar o bebê, o contato precoce entre mãe e filho e amamentação na primeira hora de vida.











sexta-feira, 18 de março de 2011

Dor de estômago na gravidez é problema para lá de comum

Dor de estômago na gravidez é problema para lá de comum
 
 
 
 
1. Por que é tão comum sentir dores de estômago na gestação?
Na gravidez, o estômago libera uma quantidade maior de enzimas digestivas, responsáveis pela quebra do alimento, principalmente nos quatro primeiros meses. Isso pode se traduzir em queimação e dor. E, de acordo com o ginecologista Eliseu Tirado, do Hospital Bandeirantes, de São Paulo, o incômodo pode ser ainda maior nas mulheres que já apresentavam, antes da gestação, problemas como refluxo, gastrite ou úlcera.
“Além disso, nessa fase, uma válvula, que se encontra entre o estômago e o esôfago, tem seu funcionamento prejudicado. A consequência é o retorno do suco gástrico, o que também traz a sensação de mal-estar”, completa o ginecologista paulista José Bento de Souza. O excesso de nervosismo e a ansiedade, muitas vezes comuns no período, podem piorar ainda mais o quadro de dor. 
2. Toda gestante sofre com o problema?
Não, mas ele é bem comum. Isso porque, durante a gestação e com o crescimento do útero, o estômago e outros órgãos acabam sendo comprimidos. “O útero cresce, em média, 4 centímetros por mês”, diz o ginecologista Eliseu Tirado. Fazer pequenas refeições, ao longo do dia, ajuda a aplacar a fome sem causar episódios de dor. Exagerar na quantidade das porções tem o efeito contrário: é dor na certa.



3. O processo digestivo da grávida é prejudicado?
Sim. Não só o funcionamento do estômago sofre danos mas também o intestino, que trabalha em ritmo mais lento por causa da ação dos hormônios típicos da gestação. Daí muitas mulheres se queixarem de problemas de “intestino preso” nessa fase. “Muito comum ainda é o aparecimento de hemorroida, devido à dilatação das veias”, explica Bruno Zilberstein, diretor do Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital Bandeirantes, de São Paulo, e professor associado do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP.



4. Como amenizar esses incômodos?
Algumas medidas simples podem reduzi-los. Aumentar a quantidade de alimentos ricos em fibras dá uma força ao intestino. Assim como beber muita água ou suco ao longo do dia. Para diminuir a dor no estômago, vale evitar pratos gordurosos, mastigar várias vezes a cada garfada e não exagerar nas porções. Não tomar líquidos nas refeições também é uma boa pedida.



5. Tudo bem tomar remédios para queimação e dor de estômago?
Sim, é possível acalmar a dor com medicamentos desde que eles sejam receitados pelo obstetra, que saberá indicar as fórmulas permitidas para a gestante.

O que acontece com o corpo da mulher durante a gravidez?

O cabelo e a pele mudam, os pés incham, as estrias surgem, os seios crescem... E as alterações no organismo feminino não param por aí! Veja como o corpo se prepara para a chegada do bebê



 
Os hormônios da gravidez Estrógeno — Produzido nos ovários e na placenta, é o responsável pelas características femininas.
Progesterona — Produzida nos ovários e na placenta, prepara o útero para receber o embrião.
Gonodotrofina Coriônica (HCG) — Oriunda da placenta, estimula a progesterona e o estrógeno.
Melanotrófico — Aumenta a pigmentação de partes do corpo.
Prolactina — Estimula o leite.
Ocitocina — Contrai o útero para a expulsão do bebê na hora do parto e provoca a ejeção do leite na sequência.




 
Pele  
Em 90% das gestantes surgem manchas pelo corpo. É que o hormônio melanotrófico age nas células da pigmentação e acelera a síntese de melanina. Calma, isso some em até um ano após o parto. Uma boa notícia? A oleosidade cai e a acne desaparece. 


 
Olfato e paladar  
O gosto e o cheiro ficam apuradíssimos. Uma hipótese é o aumento da vascularização na boca e no nariz. Outra é que se trataria de um mecanismo de defesa da mãe, antenada nas necessidades do feto. 
 
 
Cabelos
Talvez eles nunca tenham sido tão lindos. A superprodução de estrógeno faz baixar a testosterona, hormônio que afina o fio, facilitando seu desprendimento. Desse modo, dificilmente há queda. Depois do parto, aí, sim, os fios a mais caem bruscamente. 
 
 
Mamas  
Elas podem aumentar três vezes de tamanho porque as glândulas mamárias se proliferam, há maior acúmulo de gordura e a prolactina prepara tudo para a produção de leite, que começa depois do parto. Se o bebê pesa 3 kg, consumirá 450 ml de leite por dia.
 
 
Coluna  
Para sustentar o peso extra, o eixo de equilíbrio se desloca e as grávidas mudam a postura naturalmente. A partir do terceiro trimestre, há uma acentuação da lordose. Os ombros são jogados para trás e as pernas ficam mais afastadas.
 
Estrias
Quando o volume de gordura sob a pele aumenta demais, as fibras da derme distendem e podem se romper. Para recuperar a lesão, vasos sanguíneos se formam. Daí as manchas vermelhas que vão cicatrizando e embranquecem. 
 
 
Fluxo sanguíneo
O volume de sangue pode aumentar até 50%, passando de 4,5 para 6,7 litros. É um esforço hercúleo para se adaptar às novas condições e o coração bate mais rápido. 
 
Útero 
  Aqui os números impressionam mesmo: o volume do órgão passa de 90 cm3 para 1 000 cm3 perto do parto. Aumenta cerca de 20 vezes seu peso original. A quantidade de tecido se multiplica, deixando a região bem molinha para acomodar o embrião. 
   
Sistema digestivo As paredes do intestino, estômago e bexiga amolecem por causa da progesterona. Isso favorece o acúmulo de líquidos nos tecidos.

Estômago
A pressão do útero sobre o órgão faz com que ele fique comprimido, dificultando a digestão. Ela também é retardada pela secreção de hormônios que causam o enjoo.
   

Intestino
A retenção hídrica atrasa a passagem do alimento por esse órgão, levando à prisão de ventre



 
Sistema excretor 

  Bexiga
Mais apertada, explica por que as grávidas fazem xixi com frequência. Sem contar que os rins fabricam mais urina para filtrar o volume extra de sangue.



 
 
 
Varizes
A culpa é da progesterona e do estrógeno, que relaxam as paredes das veias e aumentam o risco de dilatação. Quando os vasos se dilatam, suas válvulas ficam abertas e o sangue tende a ficar estancado. 
 
 
 
 
 
 
Inchaço  
A progesterona facilita a retenção de água, enquanto o aumento uterino comprime a veia cava, no lado direito do corpo. A circulação desacelera e o sangue se acumula nas pernas, pés e tornozelos. 
 
 
 
 





domingo, 13 de março de 2011

As doenças tratadas com o cordão umbilical

Hoje as doenças que podem ser tratadas com células extraídas do cordão umbilical são as mesmas para as quais os médicos indicam o transplante de medula óssea. As principais são: a maioria das leucemias e linfomas, a talassemia, as anemias graves, como a do tipo falciforme, imunodeficiências congênitas e doenças genéticas raras, como a adrenoleucodistrofia, que ataca os nervos. Mas eis a questão: muitos especialistas defendem que usar as células da própria pessoa, caso uma dessas doenças se manifeste, pode não funcionar. “Ora, as células armazenadas da criança podem ter o mesmo defeito. Ou seja, não podemos dizer que um transplante autólogo – de células do próprio paciente – seja uma alternativa”, critica o geneticista Carlos Alberto Moreira Filho, que é professor da Universidade de São Paulo e diretor superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo ele, a explicação é a seguinte: se a pessoa apresenta determinada doença, é provável que as suas células armazenadas tenham o mesmo defeito, invalidando a idéia do autotransplante. Seria possível tratar esses males com células extraídas do cordão umbilical? Sim, mas com células de doadores, encontradas em bancos publicos.

O que pode mudar nos próximos anos é o tipo de material congelado: em vez de ser apenas o sangue, um pedaço do cordão em si. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos do Genoma Humano, na Universidade de São Paulo, demonstrou que o tecido do cordão é riquíssimo em células mesenquimais, isto é, poderão ser usadas, por exemplo, para a regeneração de ossos, dentes e músculos. Quem sabe... Por enquanto, ainda é uma promessa.

As doenças tratadas com o cordão umbilical

Hoje as doenças que podem ser tratadas com células extraídas do cordão umbilical são as mesmas para as quais os médicos indicam o transplante de medula óssea. As principais são: a maioria das leucemias e linfomas, a talassemia, as anemias graves, como a do tipo falciforme, imunodeficiências congênitas e doenças genéticas raras, como a adrenoleucodistrofia, que ataca os nervos. Mas eis a questão: muitos especialistas defendem que usar as células da própria pessoa, caso uma dessas doenças se manifeste, pode não funcionar. “Ora, as células armazenadas da criança podem ter o mesmo defeito. Ou seja, não podemos dizer que um transplante autólogo – de células do próprio paciente – seja uma alternativa”, critica o geneticista Carlos Alberto Moreira Filho, que é professor da Universidade de São Paulo e diretor superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo ele, a explicação é a seguinte: se a pessoa apresenta determinada doença, é provável que as suas células armazenadas tenham o mesmo defeito, invalidando a idéia do autotransplante. Seria possível tratar esses males com células extraídas do cordão umbilical? Sim, mas com células de doadores, encontradas em bancos públicos.

O que pode mudar nos próximos anos é o tipo de material congelado: em vez de ser apenas o sangue, um pedaço do cordão em si. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos do Genoma Humano, na Universidade de São Paulo, demonstrou que o tecido do cordão é riquíssimo em células mesenquimais, isto é, poderão ser usadas, por exemplo, para a regeneração de ossos, dentes e músculos. Quem sabe... Por enquanto, ainda é uma promessa.

Quem é contra e quem é a favor de guardar o cordão




A obstetra Silvana Chedid Grieco, que dirige uma clínica com seu nome na capital paulista, faz questão de propagar: Congelei o sangue do cordão umbilical dos meus dos filhos, que hoje estão com 6 e 3 anos. Ela acha que não tomar essa decisão no nascimento é perder uma oportunidade. Não sei se os meninos irão precisar, mas não quis correr o risco de me arrepender depois por não ter guardado algo que seria capaz de salvar a vida deles. Mesmo que o material não seja usado, ele poderá ser doado para outras pessoas da minha família. Armazenar células do cordão umbilical é como ter um carro com ar-condicionado. É claro que ele rodaria sem o acessório. No entanto, se você tem condições, vale a pena investir no conforto, compara.

Já Mayana Zatz, considerada uma das maiores geneticistas do mundo, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano na Universidade de São Paulo, acha tudo isso uma grande bobagem. As células de cordão umbilical, hoje, só podem ser empregadas para tratar doenças do sangue, ou hematopoéticas, como alguns tipos de câncer. E a possibilidade de alguém ter uma doenças dessas é tão pequena não passa de 1 em 20 mil que não vejo o menor sentido em pagar tão caro para guardar um cordão umbilical por tantos anos, diz a especialista, que emenda: Além disso, se a criança desenvolver uma leucemia, não é nada recomendável que ela seja tratada com suas próprias células. Elas, afinal, já teriam uma predisposição para desenvolver um câncer de sangue. O resultado seria temporário. Qualquer geneticista sabe que, para o tratamento ter chances de sucesso real, o indicado é utilizar células de um doador compatível, encontradas em bancos públicos de cordão. Aliás, sou totalmente a favor da doação de material para esses bancos. Neles, além de você não pagar nada, as células ficam disponíveis para quem precisar e tiver compatibilidade.

O que é um banco de cordão umbilical

Se você tem interesse em armazenar as células do sangue do cordão do seu filho para que, no futuro, ele mesmo ou alguém da sua família possam utilizá-las, então comece a visitar desde já, durante a gravidez, os bancos privados. Existem pouco mais de dez espalhados pelo país e é preciso ver qual atende a região onde você mora. Em geral, a maternidade informa com qual está acostumada a trabalhar.

No dia do parto, o próprio obstetra poderá coletar parte do sangue do cordão e armazená-lo em uma bolsa para que seja posteriormente congelado. O processo é rápido e não implica em dor nem para a mãe nem para o filho. Não se sabe ao certo por quanto tempo o material pode ficar congelado. “Os bancos mais antigos, nos Estados Unidos, têm amostras com quase 20 anos que continuam viáveis”, explica Nelson Hidekazu Tatsui, hematologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e diretor técnico da Criogenesis, um banco particular.

O Brasil já conta também com três bancos públicos para doações, e um projeto financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê que cheguem a 12 nos próximos três anos, espalhados nas mais diferentes regiões do país. Eles têm a mesma função dos bancos de medula óssea, já que as células de cordão são usadas para tratar as mesmas doenças. “A vantagem de usar as células de cordão em vez daquelas da medula é que, por serem mais jovens, elas se adaptam melhor a outro organismo, sem causar tanta rejeição”, explica a hematologista Andreza Ribeiro, responsável pelo banco de sangue de cordão do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “Com isso, a compatibilidade entre o doador e o receptor pode ser parcial, não precisa ser completa.”

Segundo a médica, a desvantagem seria uma questão de quantidade: “No sangue de cordão, encontramos um número de células-tronco dez vezes menor do que na medula. Ou seja, uma amostra insuficiente se precisarmos tratar um adulto”. Para driblar o problema, diversas pesquisas realizadas mundo afora buscam otimizar o uso do sangue de cordão, utilizando material de mais de um doador numa única transfusão ou multiplicando as benditas células-tronco em laboratório.

O que são células-tronco

Existe uma polêmica sem fim quando o assunto é usar células-tronco de embriões. Vamos colocar cada célula em seu devido lugar: isso não tem muito a ver com o material extraído do cordão umbilical na hora do parto.

Para o começo de conversa, entenda que uma célula-tronco ainda não se decidiu sobre o que pretende ser na vida. Em tese, pode se transformar nos mais diversos tecidos do corpo humano. Por isso, seriam tão valiosas – capazes de repor o que perdemos ou substituir o que está doente. As células-tronco retiradas de embriões – geralmente, embriões congelados, desprezados em clínicas de fertilização assistida – realmente podem se transformar em qualquer tecido. Já as extraídas do cordão, apesar de, sim, serem do tipo tronco, são adultas. Portanto, pelo menos com a tecnologia existente hoje, não podem virar o que bem entendermos – no máximo, se transformam em glóbulos do sangue novinhos em folha.

Os tipos de parto



Não se trata de uma simples escolha. E muito menos cabe à futura mãe decidir o procedimento que vai trazer seu filho ao mundo. Na verdade, o veredicto final vai depender do bebê, ou melhor, de como ele está posicionado dentro do útero. Sem falar, é claro, da avaliação do médico. O parto normal, recomenda a Organização Mundial de Saúde, deve ser sempre a primeira opção. No entanto, os obstetras podem se valer da cesárea quando há algum tipo de complicação.

Via natural

É mais fácil apontar os benefícios do parto normal do que os seus pontos negativos. O risco de a criança e a mãe terem infecções, por exemplo, é menor. Além disso, a recuperação da mulher tende a ser mais rápida. As mães costumam reclamar das fortes dores causadas pelas contrações do útero. Mas, hoje em dia, tal desconforto pode ser amenizado com a anestesia. Quando a mulher ou o bebê dão sinais de muito cansaço, os médicos podem recorrer a um antigo instrumento, o fórceps, para auxiliar a saída da criança.

Quando a opção é a cesárea

Se o método normal oferece riscos à saúde da mãe ou à do bebê, a cesariana pode ser uma alternativa mais segura. A cirurgia costuma ser indicada para mulheres hipertensas, com um feto de peso menor que 2,5 kg ou gerado em úteros com tumor benigno. As desvantagens são que esse método aumenta o tempo de internação hospitalar e eleva o risco de infecção. A recuperação completa da mãe demora de 30 a 40 dias.

A cesárea no Brasil

Uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde mostra que, em 2006, as cesarianas representaram 45% dos partos no país – a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o índice não ultrapasse os 15%. Veja abaixo quais são os estados campeões na cirurgia





A cesárea nos estados brasileiros

sexta-feira, 11 de março de 2011

Gravidez com açúcar


 
Não é fácil. Justamente durante um período em que as mulheres têm vontade de se empanturrar de guloseimas, uma notícia ruim pode estragar a festa: no pré-natal, algumas grávidas descobrem que seu índice de glicose no sangue está um pouco - ou muito - acima do normal. Com alguns exames complementares, os médicos chegam a um diagnóstico que, à primeira vista, parece assustador: diabete gestacional.

O problema, que no Brasil afeta 7% de todas as gestantes, surge quando elas têm dificuldade de transformar a glicose dos alimentos em energia, como se o empurrão da insulina produzida no pâncreas não fosse o suficiente. Aí o açúcar se acumula no sangue e pode provocar diversos males para a mãe e para o bebê.

Por que isso acontece? Não há respostas precisas. Mas os especialistas dizem que o diabete gestacional não é, em si, uma doença. "No último trimestre da gravidez, a mãe precisa dobrar a produção de insulina para absorver a quantidade extra de glicose que ingere para alimentar o feto. Se ela já tiver predisposição ao diabete, seu pâncreas não vai dar conta do recado e, daí, surgirão os primeiros sinais de carência da insulina", explica a obstetra Anna Maria Bertini, da Universidade Federal de São Paulo. "Diabete gestacional, aliás, nem é o nome mais adequado para esse problema, mas acabou sendo consagrado pelo uso", diz a pesquisadora. Resumo da ópera: gravidez não causa diabete, mas pode ser o estopim para que essa condição apareça e seja diagnosticada.

Tamanho que engana
As conseqüências para a gestante são velhas conhecidas. Além dos males comuns a todos os diabéticos que não recebem tratamento adequado, elas são mais suscetíveis a algumas infecções, como a incômoda candidíase. Você deve estar se perguntando: "E o bebê?" Ele também pode sofrer um bocado com o excesso de açúcar no sangue. O principal efeito na criança é a macrossomia, nome que os médicos dão às características dos bebês que nascem grandalhões, com excesso de tecido adiposo formado pela oferta muito alta de glicose.

Quando o recém-nascido ultrapassa os 4 kg - alguns filhos de diabéticas chegam a mais de 7! -, os pediatras desconfiam que a mãe teve diabete não controlado durante a gestação. E o peso exagerado, por incrível que pareça, às vezes traz uma conseqüência perigosa para o bebê: a hipoglicemia, isto é, a falta de glicose no sangue. Ela precisa ser contornada rapidamente, logo depois do nascimento, para não deixar nenhuma seqüela.

Não há medida ou tratamento que garantam que a gestante não vai desenvolver o diabete gestacional. Mas dá para reduzir o risco de o problema aparecer durante a gravidez. Ganha um chocolate diet a mamãe que pensou na dupla exercícios mais alimentação controlada. Um estudo publicado por pesquisadores americanos da Universidade Harvard revela que atividades físicas vigorosas antes da gravidez - e moderadas durante os meses de gestação, claro - mantêm os níveis de glicose em um patamar razoável. Outra pesquisa, também de Harvard, associou a dieta pré-parto ao diabete gestacional: as mamães que enchem o prato de alimentos com muito açúcar e poucas fibras antes de engravidar têm probabilidade duas vezes maior de apresentar o problema.

E quando o diabete já deu as caras?
Aí é preciso tomar providências para que ele não se transforme em um monstro. Cortar carboidratos, dar preferência aos alimentos integrais e fracionar a dieta em até sete porções diárias são mudanças que ajudam a manter a glicose sob controle - sempre com acompanhamento médico, pois o excesso de zelo com a alimentação também pode prejudicar o bebê. "O ideal é que glicemia esteja abaixo de 120 mg/dl de sangue duas horas após o café da manhã, o almoço e o jantar", ensina o endocrinologista Alex Carvalho Leite, da Maternidade São Luiz, em São Paulo. E ninguém precisa ir ao hospital três vezes por dia para coletar sangue, pois os aparelhos de medição de glicose de uso doméstico, vendidos em qualquer boa farmácia, dão conta do recado.

"Quando esse cuidado não é suficiente para manter as rédeas da situação, a saída pode ser a prescrição de insulina", afirma Alex. No entanto, a medida só é necessária em 2% dos casos, segundo o especialista. Outro dado positivo: o filho não é afetado por essa reposição do hormônio. Isso porque a insulina, ao contrário da glicose da mãe, não atravessa a barreira da placenta - a insulina que o bebê usa é produzida pelo seu próprio pâncreas.

E quando outros filhos estão nos planos do casal? Essa é a angústia de muitas mães que se descobrem com diabete gestacional. E a resposta não é lá muito animadora. "O problema costuma se repetir em aproximadamente 90% das gestações seguintes", aponta Alex. Mas, com todas as medidas que podem ser tomadas para contornar a situação, não há motivo para cancelar o projeto de aumentar a família, a menos que o médico diga o contrário.

Será verdade que todo diabete gestacional se transforma em diabete tipo 2 após o parto? Nas mulheres com peso normal, de 5% a 15% dos casos evoluem para a doença em, no máximo, duas décadas após o nascimento da criança. Entre as obesas, esse índice fica entre 35% e 60%. Mais um bom motivo para a mulher ficar de olho na balança, se planeja outro bebê.
 

A auto-estima da grávida



Os pés incham, os seios dóem, a coluna reclama. Conforme a gravidez avança, esses incômodos pra lá de irritantes dão as caras. Mas, cá entre nós, as futuras mamães podem tirar de letra esses contratempos. Afinal, tantas outras coisas passam pela cabeça delas nesse momento. São planos, sonhos e expectativas.... e também inseguranças, medos e angústias. Esses sentimentos negativos, no entanto, não são nada bem-vindos e podem transformar a espera pelo bebê num período amargo – e não deve ser assim!

É claro que boa parte dessas preocupações não é proposital. Elas são motivadas por transformações sutis que afetam as emoções da mulher. “Nesse período, o aspecto emocional oscila muito e muitas gestantes acabam não se reconhecendo”, conta a psicóloga Fátima Bortoletti, da Universidade Federal de São Paulo. Os hormônios também têm uma parcela de culpa. Nos nove meses da gravidez, eles oscilam tanto que acabam afetando o comportamento feminino. Resultado: uma hora a mulher se sente triste, noutro momento está feliz, depois preocupada e introspectiva.

Você se identificou? Então, saiba que essas mudanças de humor são pra lá de normais. O primeiro passo para lidar com elas é respeitar o que está sentindo. Ficou angustiada? Desabafe com o companheiro, os amigos ou a família. Notou que está sobrecarregada? Peça ajuda e divida as tarefas. E quando bater aquela vontade de ficar quietinha num canto, não se reprima. Essa necessidade de introspecção, segundo Fátima, é muito natural. “Trata-se o momento em que a futura mãe se recolhe para pensar no bebê e na maternidade e, por isso, deve ser respeitado”, diz a psicóloga.

Outro cuidado é dar um xô nas preocupações exageradas. Estamos falando do medo de não ser uma boa mãe, de não saber educar o filho, de não ter tempo para cuidar da criança. “Toda candidata à mamãe, em alguma hora, pensa sobre isso”, explica a psicóloga Angélica Capellari, da Universidade Metodista de São Paulo. Mas alimentar esses pensamentos negativos pode sabotar a auto-estima da mulher, que dia após dia vai se sentindo menos preparada para o futuro papel. “Se isso não for controlado a tempo, a angústia vai aumentando e há o risco de uma depressão logo após o parto”, alerta Angélica. Nesse caso, vale desabafar com as amigas ou até mesmo procurar a orientação de um psicólogo.

Por fim, é importante aceitar que a chegada de um bebê impõe algumas exigências – enxoval, maternidade, quarto, fraldas, uma lista inacabável de tarefas. Muitas mulheres deixam para pensar sobre isso apenas no sétimo ou oitavo mês de gestação, justamente no período em que é aconselhável pisar no freio. “Quando elas finalmente se dão conta de que o bebê vai nascer, sentem a pressão de ser mãe de uma vez e ficam imediatamente angustiadas”, conta Fátima. Por isso, é ideal se preparar desde cedo para a chegada do pequeno. E, se a gravidez não foi planejada, o conselho é o mesmo: encare as mudanças de coração aberto e com muita tranqüilidade.

Cigarro na gravidez: risco de aborto aumenta em 70%

 
 
 
Está na embalagem do cigarro: fumar faz mal à saúde. Se esse hábito traz danos para qualquer um, imagine para as grávidas. Estudos já comprovaram que essas mães possuem 40% mais chances de gerar filhos prematuros, aumentam em 70% a probabilidade de abortar e correm mais risco de ter descolamento de placenta antes do tempo certo - o que causa a morte de 50% dos bebês. Para os pequenos, os prejuízos são devastadores. Eles podem nascer com baixos peso e tamanho. "Chegam a pesar de 50 a 400 gramas a menos do que o normal", revela Valéria Cunha, técnica da Divisão de Controle de Tabagismo do Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro. Sem falar que essas crianças estão mais sujeitas a desenvolver problemas respiratórios e até cardíacos. Pesquisas mostram que elas têm déficit de atenção e demoram alguns anos para atingir a curva normal de crescimento.

A comunidade científica não pára de investigar os impactos do cigarro na saúde. E os resultados colocam o tabaco cada vez mais no papel de vilão da história. Um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, achou no líquido amniótico de 52,4% das mães fumantes uma substância que causa câncer e de nome complicadíssimo: a 4 metilnitrosamina-1-3 peridil 1-butanol. O componente foi detectado no fluido de apenas 6,7% das grávidas que não fumavam. Esse líquido enche a placenta, banhando o feto. Ou seja, não só as mães, mas também os bebês ficam expostos a fatores carcinógenos.

Outros estudos apontam mais problemas no consumo de tabaco na gravidez. A Universidade do Sul da Califórnia, por exemplo, constatou, em um trabalho feito com 3 357 crianças em idade escolar, que os filhos de mães fumantes têm capacidade pulmonar duas vezes menor que a da prole de gestantes que não fumavam.

Uma das piores conseqüências é que o bebê pode nascer com dependência química da nicotina. E não adianta apagar o cigarro apenas durante a gestação e voltar a fumar após o parto. "A criança absorve a nicotina via leite materno. A substância é apontada pela Organização Mundial da Saúde como uma das causas da síndrome da morte súbita infantil", alerta Valéria Cunha. Nesse caso, o pequeno morre de forma abrupta e repentina. Por tudo isso, os especialistas são categóricos: as mulheres devem abandonar totalmente o vício na gestação e enquanto amamentam seus filhos. Trata-se, sem dúvida, de uma ótima causa.

Teste do dedinho para gestantes

Ele existe desde 2005, mas ainda não está na lista de exames mais populares do período pré-natal. Talvez por isso você ainda não tenha ouvido falar no teste do dedinho, capaz de identificar doenças infecciosas, como sífilis, toxoplasmose, rubéola e HIV, na gestante. Ora, mas se um exame de sangue, digamos, tradicional também detecta essas doenças, o que há de novo?

Na verdade, a grande vantagem está no método: o exame, que foi desenvolvido pela empresa Prime Diagnostics para flagrar doenças infecciosas em gestantes, é realizado a partir de amostras de sangue coletadas em papel filtro, o mesmo material utilizado no teste do pezinho. Diferentemente do líquido coletado em tubo, ele não coagula e, em regiões que não têm laboratórios disponíveis, pode até ser enviado pelo correio para a análise. Isso significa que mesmo quem mora nos cantos mais longínquos do país pode fazer um acompanhamento pré-natal adequado.

"O teste do dedinho possibilita criar oportunidades para o diagnóstico precoce de infecções em mulheres grávidas em todo o Brasil, especialmente as que não possuem convênio particular nem fácil acesso ao atendimento do SUS", afirma o ginecologista e obstetra Wladimir Taborda, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Ele já vem sendo realizado com sucesso em cidades como Salvador e Aracaju - a coleta pode ser feita em postos de saúde ou durante a visita domiciliar de um agente.

Infelizmente, o teste não contempla toda a maratona de exames exigidos durante o pré-natal. Ele fareja doenças infecciosas, mas ainda não é capaz de diagnosticar outras chateações, como o diabete. "É possível que o papel filtro substitua a coleta de sangue em tubo, mas ainda há muito o que pesquisar", conclui Ricardo da Silva de Souza, coordenador do Laboratório de Pesquisa em HIV/AIDS da Universidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.

Dupla proteção?

 
 
 
 
Não bastasse o rebuliço que os hormônios fazem no corpo feminino durante a gestação, o sistema imunológico da mulher costuma baixar a guarda nesse período. Com o escudo de defesa mais frágil, as futuras mães são alvo fácil de vírus como o da gripe – quem está carregando o barrigão ou já deu à luz sabe que a doença costuma aparecer com mais freqüência durante os nove meses de gravidez.

A solução para evitar o problema é tomar, a partir do segundo trimestre e com orientação médica, uma dose da já conhecida vacina contra o vírus influenza, o causador da gripe. Segundo trabalho recente da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o imunizante sairia melhor que a encomenda. Além de proteger a mãe, ele evitaria que o recém-nascido fosse acometido pelo mal nos primeiros meses de vida.

“Na verdade, isso é controverso”, pondera a pediatra e infectologista Lily Yin Weckx, da Universidade Federal de São Paulo. “Outros estudos mostram que a vacina não apresenta nenhum efeito sobre a criança”, acrescenta. De acordo com a especialista, o objetivo da imunização é proteger exclusivamente a mãe.

Essa, aliás, já é uma maneira indireta de evitar que ela transmita a gripe ao bebê após o seu nascimento. A recomendação do Ministério da Saúde hoje é a de que o pequeno seja vacinado a partir dos 6 meses. Por isso, nessa fase em que está mais desprotegido, o ideal é que ele não entre em contato com o vírus.

A vacina contra gripe é feita a partir de um pedaço inativado do microorganismo. “Ela estimula uma resposta imune, mas não chega a provocar a doença. Assim, pode ser tomada por gestantes”, explica Lily Weckx. É justamente o contrário dos imunizantes que afastam rubéola e hepatite, por exemplo. Nesses casos, a picada costuma ser contra-indicada.

Pode ou não pode?

 
 
Posso continuar indo à manicure?
Pode, garante a ginecologista Denise Coimbra, do Grupo de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo. Mas a recomendação vale também para as não-grávidas: nunca compartilhe instrumentos. Eles são fonte de transmissão de várias doenças, como hepatite B, hepatite C e até o vírus HIV. "Para esterilizar, não basta passar um álcool", frisa a ginecologista Nilka Donadio, doutora em Medicina pela Santa Casa de Misericórdia, de São Paulo. Por isso não confie: leve sempre seu próprio alicate. O agravante na gestação é que esses vírus podem contaminar o bebê, principalmente na hora do parto.

Fazer exame de raios-X está liberado?
Os médicos são unânimes: só faça em caso de extrema necessidade e, mesmo assim, com um protetor de chumbo no abdome. O mesmo vale para as radiografias feitas no dentista. Mas o que dizer às futuras mamães que nem suspeitavam da gravidez e passaram por um exame desse tipo ou entraram na sala com um filho para acompanhá-lo, por exemplo? "Calma, essa mínima exposição não fará mal ao bebê", tranqüiliza a ginecologista Nilka Donadio.

Banho quente na banheira e sauna: podem?
Quem está esperando um bebê precisa encontrar outro jeito de relaxar. Isso porque a imersão em água quente causa uma vasodilatação capaz de derrubar a pressão arterial, naturalmente mais baixa em quem espera um bebê. Sauna, então, nem pensar pelo mesmo motivo.

E acupuntura?
Nas mãos de um profissional especializado, a técnica milenar chinesa é muito bem-vinda. Em alguns casos, quando a mulher não pode tomar determinado tipo de remédio, as agulhadas são uma boa alternativa terapêutica. Mas não custa lembrar: só um especialista saberá quais pontos estimular corretamente e quais não tocar de jeito nenhum.

Gestante pode fazer drenagem linfática numa boa?
"A gestante não só pode como deve fazer", enfatiza Nilka Donadio. Atenção: somente a versão manual, e não mecânica, da drenagem. E não se deve mexer no abdome de jeito nenhum. Bem aplicada, a técnica é um excelente meio de evitar o inchaço que acomete as grávidas principalmente na reta final. .

Depilação: ela é contra-indicada?
Não há contra-indicação, diz a ginecologista Denise Coimbra, do Grupo de Reprodução Humana da Universidade Federal de São Paulo. Mas a ginecologista Nilka Donadio recomenda evitar a região da virilha para não favorecer uma infecção dos folículos pilosos no local.

São dois bebês!

E agora? Um mix de alegria e susto acompanha a notícia de uma gravidez dupla. E ela tem sido cada vez mais comum



barriga e par de tênis 
 
 
 
As técnicas de fertilização assistida são a principal causa do boom de barrigas dois-em-um nos dias de hoje (veja por que elas favorecem o aparecimento de gêmeos e, ainda, as causas naturais de gestações gemelares). Felizmente o aumento dessas gestações, mais delicadas por natureza, vem sendo acompanhado de perto por incríveis avanços da Medicina fetal.

As peculiaridades de dar à luz gêmeos começam bem antes de os bebês irem para casa, quando são necessários dois berços, dois colos e fraldas que não acabam mais. "A gravidez gemelar não pode ser encarada simplesmente como duas gestações normais e simultâneas", frisa o médico Sang Choon Cha, do Laboratório Fleury. E a futura mamãe não demora para perceber isso.

Os enjôos, o inchaço, a dificuldade para dormir, as alterações de humor e o ganho de peso costumam ser mais severos. Além disso, a fome devastadora precisa ser barrada. Só é permitido comer, em média, 500 calorias a mais que uma grávida de feto único - cuja dieta deve ter em torno de 2,5 mil calorias.

"O médico precisa acompanhar mais de perto o desenvolvimento dos bebês e a saúde da gestante", ressalta o ginecologista e obstetra paulista Flávio Garcia de Oliveira, autor do livro Bebê a Bordo, Guia para Curtir a Gravidez a Dois, editado recentemente pela Matrix. Nele fez questão de incluir observações sobre gravidez múltipla em cada capítulo. "O corpo feminino reclama, afinal a natureza não o preparou para sustentar dois bebês ao mesmo tempo", nota o especialista. 


A grávida precisa estar preparada. Ou melhor, bem informada. Complicações como hipertensão, diabete, problemas renais e taquicardia são mais comuns quando se esperam gêmeos. E a necessidade de repouso também costuma ser precoce, surgindo lá pela vigésima semana de gestação. Isso porque, no caso desses bebês, há um alto risco de prematuridade.

Cerca de 65% dos gêmeos nascem sem completar 37 semanas na barriga. Por isso, os obstetras ficam em alerta, de olho no comprimento do cólo do útero de sua paciente. "Se ele estiver muito aberto, há maior risco de os bebês nascerem antes da hora", explica o ginecologista e obstetra Renato Kalil, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.

Em alguns casos, a ameaça é contornada com uma cerclagem - espécie de ponto feito para amarrar a saída do útero. Outra medida preventiva é aplicar uma dose de corticóides na mãe quando ela entra na vigésima oitava semana de gestação. "Isso acelera o amadurecimento dos pulmões dos bebês, que são os últimos órgãos a se formarem por completo", esclarece Kalil.

O monitoramento constante também é importante para rastrear o surgimento de contrações uterinas, levando a mulher à mesa de cesárea ao menor sinal delas. "Para um parto normal, o ideal é que os dois bebês estejam de cabeça para baixo e que o primeiro da fila de saída seja o mais pesado", afirma Luiz Claudio Bussamra, do Hospital e Maternidade Santa Joana, também na capital paulista. "Como isso nem sempre acontece, atualmente, por medida de segurança, prefere-se que os gêmeos nasçam em cesariana." Mas não pense que o parto vai demorar o dobro do tempo. Serão quase os mesmíssimos 40 minutos de um nascimento único. É que os irmãos costumam vir ao mundo correndo um atrás do outro, com no máximo dois minutos de diferença.

Mais seguro

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Exames como a amniocentese e a biópsia de vilo coriônico - a retirada de material celular da placenta - não assustam as futuras mães apenas por conta das alcunhas, digamos, peculiares. Os procedimentos, realizados para detectar problemas genéticos no feto, podem culminar em complicações como perda de sangue, infecções e até aborto. Por menor que seja o risco - no caso da amniocentese, uma em cada 100 mulheres enfrenta desdobramentos desse tipo -, a verdade é que nenhuma gestante que precisa se submeter aos exames se sente totalmente segura.

De acordo com pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, esse tipo de receio está prestes a acabar. Um novo teste, desenvolvido em parceria com o Instituto Howard Hughes e o Hospital Infantil Lucile Packard, também americanos, requer apenas uma amostra do sangue da mãe para flagrar distúrbios cromossômicos como a síndrome de Down. "Contamos os fragmentos de cada cromossomo presente no plasma do sangue da mulher", explica Stephen Quake, autor do estudo, ao www.bebe.com.br. Segundo o cientista, sabe-se que algumas dessas frações são do feto. Se houver algum problema, é possível verificá-lo a partir do número desses pedacinhos - no caso do Down, por exemplo, o bebê nasce com três cópias do cromossomo 21 em vez de apenas duas.

A pesquisa foi publicada na edição online desta semana da revista Proceedings of the National Academy of Sciences. "Conseguimos detectar as mesmas doenças que a amniocentese é capaz de diagnosticar", comemora Quake. E o melhor: sem ter que extrair amostras do líquido amniótico ou da placenta, como ocorre nos testes hoje existentes. Outra vantagem é que a nova técnica poderia flagrar problemas genéticos mais cedo. Enquanto a amniocentese é realizada entre a 15ª e a 18ª semanas de gestação, o exame desenvolvido nos Estados Unidos poderia ser realizado por volta da 5ª semana.

O estudo ainda será repetido com um número maior de mulheres - da primeira vez, foram analisadas apenas 18 amostras de sangue. "Acredito que em dois ou três anos o exame poderá ser usado clinicamente", prevê o autor.

Saúde bucal em dia

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Muita gente já deve ter ouvido a avó dizer que a cada filho que nasce, a mulher perde um dente. A antiga crença popular não tem fundamento científico, mas é verdade que algo de diferente ocorre na boca da gestante. Descubra o que acontece ali durante a gestação e tire suas dúvidas sobre como manter a saúde bucal em dia durante a gravidez.

1. Que mudanças ocorrem na boca da mulher que espera um bebê?
A grávida fica com o organismo mais vulnerável de uma maneira geral devido às alterações hormonais, e não é diferente em relação à saúde da boca. O aumento da produção de alguns hormônios pode facilitar inflamações da gengiva, principalmente quando a mulher já tem uma tendência a ter o problema. Sangramentos e infecções também costumam acometer a gengiva da gestante pela mesma razão. Quanto aos dentes, caso eles se tornarem mais fracos ou ficarem careados, provavelmente será porque a futura mamãe anda mais interessada no enxoval e na decoração do quartinho do que na higiene oral. “O mito de que a cada gestação se perde um dente não é real. No entanto, não é raro a gestante ficar focada apenas nas questões que dizem respeito à gravidez, preocupando-se menos com os cuidados diários da saúde bucal”, afirma o cirurgião-dentista Mário Groisman, do Rio de Janeiro.

2. Mas os dentes não ficam mais fracos porque o cálcio deles é usado na formação óssea do bebê?
Eis aqui mais uma grande fantasia popular. “No entanto, uma alimentação balanceada é necessária para manter o mineral em quantidades ideais para a gestante e o bebê”, orienta a ginecologista, obstetra e especialista em saúde da mulher Denise Coimbra, de São Paulo.

3. É verdade que problemas nas gengivas podem induzir o nascimento prematuro do bebê ou fazer com que ele nasça abaixo do peso?
Sim. Pesquisas médicas constataram que entre as mães com menos recursos financeiros e com a saúde bucal comprometida mais crianças nasciam nessas condições. “A inflamação que ocorre na gengiva estimula a liberação de citoquininas e prostaglandinas, substâncias que induzem o parto”, esclarece Mário Groisman. “Assim, sua liberação na corrente sangüínea acarreta microcontrações na parede uterina, podendo levar ao nascimento de um bebê de baixo peso.”

4. Existe algum tratamento odontológico específico para gestantes?
Não. Tecnicamente, o atendimento odontológico à grávida é muito semelhante ao realizado em qualquer outro paciente. “O ideal é fazer o acompanhamento dentário e os tratamentos necessários antes de tentar a gravidez, mas, se durante a gestação for necessário ir ao dentista, não há problema”, esclarece Denise Coimbra. Porém, é fundamental informar o dentista do seu estado atual, caso a barriguinha ainda não esteja evidente, para que ele possa tomar as devidas precauções.

5. Quais os principais cuidados com a boca que a gestante deve tomar?
“Zelo redobrado na escovação, no uso diário de fio dental e no bochecho com solução fluoretada”, responde Marcelo Schettini, cirurgião-dentista da Clínica Oral Design, no Rio de Janeiro. “É imprescindível se valer do fio dental para não facilitar o sangramento. O fio vai aonde a escova não entra e promove uma limpeza maior”, ensina Schettini. A atenção especial à higiene é importante para evitar a gengivite gravídica, como é chamada a inflamação típica dessa fase. Se houver necessidade de tratamento odontológico, o melhor é procurar um profissional o mais cedo possível para evitar complicações. Fique atenta a eventuais sangramentos, que são sinais de que há alguma anormalidade.

6. Grávida pode tomar anestesia?
A futura mamãe pode relaxar: ela não vai ser torturada a sangue frio. Existem anestesias especiais – e totalmente seguras! – para mulheres que esperam bebês. Diferentemente do tradicional, os anestésicos próprios para a situação não provocam o estreitamento dos vasos sangüíneos, o que poderia prejudicar a gestação. O dentista, é claro, precisa ser informado de que a mulher está grávida.

7. E a radiografia?
Não há problema nenhum em radiografar a boca, desde que a gestante utilize o avental de chumbo sobre a barriga.

8. Procedimentos como obturação e clareamento dentário podem ser realizados?
Sim, sem nenhum impedimento. Inclusive, todas as técnicas de clareamento dentário disponíveis podem ser empregadas.

9. Existe algum creme dental que não provoque enjôos?
Infelizmente, a indústria especializada ainda não inventou nada tão eficiente assim. O melhor a fazer é optar pela pastas de dente com sabores mais suaves.

10. A grávida que usa aparelho ortodôntico precisa ter algum cuidado especial com a boca?
Os aparelhos para corrigir a posição dos dentes facilitam o acúmulo de resíduos de comida, o que favorece o surgimento de bactérias que causam cáries e doenças da gengiva. “Por isso, qualquer paciente em tratamento ortodôntico, não só a gestante, necessita de maior acompanhamento por parte do dentista”, diz Groisman. E quem usa aparelho dentário deve dedicar especial atenção à higiene bucal.

Depressão na gravidez pode causar parto prematuro





A depressão pós-parto é um problema pra lá sério, que toda candidata a mãe faz questão de conhecer. O que poucas mulheres sabem é que esse mal também pode vir à tona antes de o bebê nascer. Trata-se de uma espécie de depressão pré-parto, que merece cuidados especiais.

Pra entender esse quadro, é preciso levar em conta as mudanças que acontecem no corpo da mulher durante a gestação. A barriga cresce, os seios doem, as pernas incham e milhares de outras transformações vão ocorrendo, semana após semana. “Além das modificações hormonais, ocorrem mudanças psicológicas, que podem ser experimentadas com mais intensidade por algumas mulheres”, observa Marco Antônio Brasil, chefe do setor de psiquiatria e psicologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro. Os especialistas ainda não sabem o porquê, mas o fato é que, de uma hora para a outra, o humor de algumas futuras mamães oscila e o bem-estar acaba dando lugar ao baixo astral. É aí que a depressão bate à porta.

É muito fácil perceber o momento em que isso acontece. “A mulher fica menos interessada no bebê e acaba abandonando os cuidados com a saúde e a alimentação”, conta a psiquiatra Florence Kerr-Corrêia, professora da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu, no interior de São Paulo. Se antes ela tinha planos para a criança, deixa esses sonhos de lado. Algumas tendem a fumar ou beber – duas atitudes, vale lembrar, extremamente prejudiciais ao bebê. Outras deixam de se alimentar ou comem exageradamente. Já a tristeza, sintoma que todo mundo associa à depressão, nem sempre dá as caras. “Em vez disso, pode acontecer de a mulher adotar uma atitude mais egoísta, ficar voltada apenas para si e mergulhada em pensamentos negativos”, diz a especialista.

Se esses sintomas não forem logo tratados, a mãe e o bebê podem sofrer sérias complicações. A mais comum é a gravidez não chegar a termo, isto é, o bebê nascer antes de completar 37 semanas. Um estudo, publicado na revista científica inglesa Human Reproduction, confirmou esse risco e constatou algo que surpreendeu os médicos: a depressão na gravidez é mais comum do que se imagina e a possibilidade de parto prematuro é duas vezes maior nessa condição.

Os pesquisadores também investigaram o que está por trás do problema e já encontraram algumas pistas. Tudo indica que as alterações hormonais que afetam o humor podem interferir no equilíbrio químico da placenta e, de alguma maneira desconhecida, antecipariam o momento do parto. Resultado: o bebê nasce prematuro e, ainda nos primeiros momentos de vida, pode apresentar problemas de saúde e desenvolvimento. “A melhor solução para esse mal continua sendo o diagnóstico precoce”, lembra Marco Antônio. Por isso, sempre vale repetir o alerta: abra o jogo com o médico e o companheiro sempre que algum sentimento negativo insistir em turvar o seu bom humor. Quanto mais cedo a depressão for identificada, mais rapidamente a futura mamãe voltará a curtir a gestação. O problema pode ser tratado com psicoterapia e, dependendo do caso, os especialistas chegam a apelar para o uso de medicamentos específicos. Tudo para que essa longa espera pelo bebê seja cercada de alegria.

Na barriga da mãe

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Guiados pelos borrões que eram as imagens precárias do aparelho de ultra-som existente no início dos anos 1980, os médicos da equipe do obstetra francês Fernand Daffos introduziram uma fina agulha no abdome de uma gestante. Sem desviar 1 milímetro, ela chegou ao alvo: espetou o cordão umbilical e retirou uma amostra de sangue. Uma amostra preciosa, diga-se, já que acusaria a anemia do bebê. O procedimento inédito, realizado em 1983, possibilitou, dois anos depois, transfusões de sangue intra-uterinas que salvaram inúmeras crianças. E a ciência deu à luz a uma nova especialidade: a medicina fetal, que hoje trata com sucesso doenças congênitas e até mesmo uma série de malformações dentro do útero da mãe.

Os médicos dessa área fazem proezas. Operar bebês de pouco mais de 35 centímetros e meros 700 gramas requer uma precisão inimaginável. “Ela é possível graças ao arsenal de exames de imagem, que agora retratam com nitidez nove entre dez anomalias fetais”, diz a obstetra especialista em medicina fetal Denise Lapa Pedreira, da Universidade de São Paulo. Isso é quatro vezes mais do que os médicos conseguiam enxergar no ultra-som de 25 anos atrás.

“No começo, operávamos a futura criança abrindo a barriga da mãe”, lembra o especialista em medicina fetal Lourenço Sbragia, professor de cirurgia pediátrica da Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo. “Mas a tendência é trocar a cirurgia por instrumentos delicadíssimos: os fetoscópios”, diz ele. “Munidos de agulhas e feixes de fibras ópticas, eles alcançam o bebê por um furo mínimo no útero. Com um instrumento desses, corrigimos a hérnia diafragmática congênita, um defeito no músculo do diafragma que levava metade dos portadores à morte prematura”, exemplifica.


O maior risco das cirurgias realizadas em fetos continua sendo provocar um parto prematuro — e não o de algum instrumento machucar o bebê, como muitos leigos temem. “E nem sempre alcançamos o resultado desejado”, avisa o professor Lourenço Sbragia. Aí, de fato, a criança pode morrer antes mesmo do nascimento — outra vez, não por causa do procedimento em si, mas porque seu mal não foi curado. Pense bem: quando o problema deixa a futura criança entre a vida e a morte, a intervenção deve ser cogitada. “Ela é a saída quando o feto corre perigo imediato ou quando as seqüelas de uma anomalia seriam gravíssimas após o nascimento”, resume a obstetra Denise Lapa. Ela, por exemplo, é expert em uma doença chamada mielomeningocele — uma rara abertura na medula espinhal que deixa tecidos nervosos expostos ao líquido amniótico. “Isso pode levar a diferentes graus de paralisia, muitas vezes associada a líquido no cérebro, o que nós, médicos, chamamos de hidrocefalia”, descreve.

A intervenção para fechar essa abertura chegou a ser realizada, inclusive no Brasil, a partir de 2003, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pela equipe do neurocirurgião pediátrico Sérgio Cavalheiro. Mas o procedimento foi suspenso. “Faltavam estudos comprovando que ele traz benefícios após o parto”, conta o próprio Cavalheiro. A situação pode mudar: os cientistas que acompanharam o crescimento das crianças operadas notaram que elas apresentavam maior força muscular e reflexos mais rápidos que as crianças portadoras não operadas.

Um dos principais desafios da medicina fetal é encontrar um método cirúrgico intra-uterino eficaz para tratar problemas cardíacos graves, a exemplo da hipoplasia do coração esquerdo, em que apenas a parte direita do coração se desenvolve. Miguel Barbero Marcial, professor de cirurgia cardíaca pediátrica do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, diz que, por enquanto, quase nada se faz cirurgicamente no coração do bebê antes do nascimento. “O máximo é ajustar alguma válvula”, diz. Em procedimentos assim, semelhantes a uma angioplastia, uma agulha é introduzida na barriga da mãe até chegar ao coração do bebê. Ela leva um balão, que é inflado lá dentro, dilatando a válvula e restabelecendo a passagem do sangue. Técnicas como essa, que os médicos chamam de percutânea, são usadas também para drenar o excesso de líquidos na bexiga, na caixa torácica ou do cérebro — males que também poderiam ser fatais. E hoje muitas vezes têm final feliz.