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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Leite materno também hidrata




Não custa lembrar: o leite materno é um alimento completo, capaz de suprir todas as necessidades nutricionais do bebê. E, além de alimentar, ele também hidrata. Sua fórmula contém 87% de água, o suficiente para saciar a sede do bebê mesmo em climas quentes e secos. Logo, é desnecessário oferecer água, sucos e chás antes de a criança completar 6 meses. Além disso, o uso de mamadeiras pode provocar uma disfunção motora-oral, favorecendo o desmame precoce. “O ato de mamar no peito exige um esforço maior do bebê do que o de sugar uma mamadeira”, explica o pediatra Marcus Renato de Carvalho, da Clínica Interdisciplinar de Apoio à Amamentação, no Rio de Janeiro. “Por esse motivo, a criança pode passar a fazer a sucção da mama de forma inadequada ou mesmo recusar o peito.”


Quando oferecer líquidos
A partir dos 6 meses, as papinhas já podem ser introduzidas no cardápio infantil – primeiro as doces e, depois de um ou dois meses, as salgadas. Aí, sim, há a necessidade de oferecer outros líquidos para hidratar a criança. A amamentação, no entanto, pode continuar até os 2 anos.

Como tratar as fissuras nos mamilos




Se houver fissuras, a recomendação é continuar amamentando e, após cada mamada, passar o próprio colostro no mamilo e na aréola, deixando-os secar ao ar livre. Se o tempo estiver frio ou úmido, você pode usar outra fonte de luz, como uma lâmpada de 40 W, a 30 cm de distância. “O colostro tem uma ação bactericida e hidratante. E manter os mamilos secos é fundamental para a boa cicatrização”, explica a consultora em amamentação Lívia Teixeira, do Consultório de Aleitamento Materno, na capital baiana.


Conchas e bicos de silicone
“As conchas evitam o atrito com o tecido do sutiã, o que pode causar dor e dificultar a cicatrização”, acrescenta a especialista. Mas atenção: elas devem ter a base de silicone para não machucar e furos para garantir a ventilação dos mamilos. Banhos de sol de 10 a 15 minutos das 7 às 10 horas e após as 15 horas são indicados tanto para prevenir como para tratar as fissuras. Já o uso de protetores de silicone (bicos de plástico colocados sobre o mamilo) é contra-indicado. Segundo os médicos, além de não serem eficientes para evitar a fissura, atrapalham a pega do bebê, que pode passar a sugar menos leite.

Três formas de amamentar





Os manuais de amamentação sugerem alternar a posição da criança durante o aleitamento. Desse modo, a mulher previne as fissuras nos mamilos e garante que todo o leite produzido na mama seja liberado para o bebê. Conheça três formas de amamentar.


1 – Da maneira tradicional
A mãe fica sentada e apóia a cabeça do bebê sobre a dobra do cotovelo. É dessa maneira que a maioria das mulheres prefere amamentar. Uma dica é colocar um travesseiro ou uma almofada sob o corpo da criança, mantendo-a ainda apoiada no braço. Desse modo, mãe e filho ficam mais confortáveis.


2 – Invertendo o bebê
Essa posição é bastante indicada em caso de cesarianas, quando os seios estão fissurados ou o bebê não consegue abocanhar toda a aréola. O corpo dele é encaixado sob o braço da mãe, que permanece sentada. “A criança pode fazer uma boa pega porque fica de frente para o peito”, explica a consultora em amamentação Lívia Teixeira, do Consultório de Aleitamento Materno, em Salvador. Assim é possível drenar melhor o leite que fica no quadrante da mama localizado próximo às axilas.


3 – Na cama
Mãe e bebê deitam frente a frente. Com a cabeça apoiada no travesseiro, ela oferece o peito do lado que está deitada. O bebê pode ficar com a cabeça apoiada no antebraço da mãe, todo envolvido por ela, ou deitado na cama, com as costas apoiadas por ela na hora da pega. Nessa posição, a mulher precisa estar acompanhada para não correr o risco de dormir. “Isso porque ela pode se virar ou o bebê fazer algum movimento perigoso”, explica Lívia Teixeira.

A transição para as papinhas




A introdução de novos alimentos deve começar aos 6 meses de idade, segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde. Mas ainda não é o momento de interromper o aleitamento, que, de acordo com a mesma entidade, deve continuar até a criança completar 2 anos. O que se indica é a inclusão, no cardápio dos pequenos, das primeiras papinhas. Elas devem ser oferecidas sempre no intervalo entre as mamadas. Essa introdução tem de ser lenta e gradual, com os alimentos sendo apresentados ao bebê um de cada vez. Dessa forma, é possível controlar eventuais alergias. Comece com as papinhas doces e, depois de um ou dois meses, quando o pequeno já tiver se adaptado, passe para as salgadas.
 

As papinhas doces




A partir dos 6 meses, as chamadas papinhas doces são a primeira novidade no cardápio do bebê, que, até então, tinha o leite materno como o alimento exclusivo. Elas devem ser preparadas com frutas bem esmagadas. Que fique claro: esmagadas, e não liquidificadas. Isso porque é importante que o bebê já comece a desenvolver a capacidade de digerir os alimentos. Além de nutritivas, elas representam uma mudança menos brusca em relação ao gosto do leite da mãe. Devem ser oferecidas à criança de colher. Também é importante escolher um talher que não machuque, como os que têm a ponta revestida de silicone.

Bem-vindo, feijão





Somente depois que a criança estiver adaptada à papinha salgada, inclua na preparação os vegetais folhosos, como couve e brócolis. A partir do oitavo mês, é recomendável a introdução das leguminosas na alimentação, caso do feijão e da lentilha. Como sempre, deve ser algo gradual. Comece oferecendo apenas o caldo e, depois de algumas semanas, inclua os grãos – amassados, claro. Em torno do décimo mês, o ideal é que a criança esteja comendo entre três e cinco papas por dia. Porém o leite materno deve continuar a ser oferecido a ela.

Leite em transformação





Em torno da primeira quinzena de vida do bebê, surge o chamado leite de transição, que sucede o colostro. A partir desse momento, o alimento começa a apresentar as características definitivas. O leite chamado maduro dá as caras apenas a partir da terceira semana. Assim, o fluxo tende a se regularizar, e o leite ganha as características que conhecemos: mais branco e mais líquido do que o leite dos primeiros dias.

O jeito certo de amamentar





O primeiro passo é ensinar o bebê a fazer uma boa pega. Ele precisa abrir bem a boca para pegar toda ou grande parte da aréola mamária. Na posição tradicional, a mulher deve ficar sempre confortável, com os braços, as costas e os pés bem apoiados. Já o pequeno deve estar com a cabeça e o corpo alinhados e seu estômago encostado na barriga da mãe para facilitar a sucção. Quanto mais juntinhos os dois estiverem, melhor. “Caso contrário, ele vai absorver mais ar do que leite, o que coloca em risco sua nutrição e favorece a ocorrência de cólicas”, observa a pediatra Dolores Fernandez, do Instituto Perinatal da Bahia, em Salvador.

É recomendável variar para outras posições, encaixando o bebê sob o braço, próximo à axila, por exemplo. Assim, a pressão do queixo e da língua da criança ocorrerá em diferentes pontos do mamilo e da aréola mamária, prevenindo as fissuras.

Uma boa "pega"




Para mamar direito, o bebê precisa ser ensinado a ter uma boa pega no peito desde as primeiras tentativas. Para começo de conversa, o pequeno deve ser estimulado a abrir bem a boca e pegar toda ou a maior parte da auréola do seio da mãe. "A criança deve ficar com o que se chama popularmente de boca de peixe", explica a nutricionista Raquel Dias, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O restante fica por conta da criança, que já nasce com o reflexo para realizar a sucção. Uma má pega, é bom lembrar, pode causar problemas como a fissura no bico do seio da mãe.

Como evitar rachaduras nos mamilos







No início da amamentação, os mamilos podem ficar avermelhados, sensíveis e com pequenas rachaduras. Essas lesões, conhecidas como fissuras, são um incômodo para as mulheres, pois causam dor e dificuldades na hora de alimentar o bebê. Quase sempre elas são desencadeadas pela pega errada da criança ou pela sucção ineficiente. Mas alguns cuidados podem ajudar a evitá-las. Veja como:

• Posicione o bebê corretamente durante a amamentação. Aprenda aqui algumas posições indicadas pelos médicos.

• Não lave o mamilo com freqüência. A água pode retirar a proteção natural da pele.

• Evite usar cremes e sabonetes sobre o mamilo. “A mãe pode até usar algum creme, geralmente à base de semente de uva, para evitar estrias na mama. Porém nunca no mamilo”, orienta a enfermeira Márcia Regina da Silva, encarregada do curso para gestantes do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, e jurada do II Prêmio SAÚDE.

• Após a mamada, tire o bebê do peito com cuidado. Se ele estiver dormindo e você puxá-lo, o pequeno poderá morder o mamilo por reflexo. “O indicado é colocar o dedo no canto da boquinha, entre a língua e o mamilo, e depois tirar delicadamente a criança”, ensina Márcia Regina.

Quando a fissura já apareceu, os médicos recomendam não parar de amamentar. O próprio colostro pode ser passado sobre o mamilo e a aréola, pois tem ação cicatrizante. O uso de conchas de silicone sob o sutiã – de preferência com furos – e banhos de sol também são indicados. 

Gordura do bem

 
 
 
 
Os lipídios – sejam eles ácidos graxos ou até mesmo o colesterol – são importantíssimos para o bebê. Por isso, quando ele começar a comer outros alimentos, evite oferecer produtos light. Além de uma excelente fonte de energia, os lipídios são essenciais, no primeiro ano, para que ocorra o desenvolvimento completo dos neurônios. Isso porque são a principal matéria-prima da mielina, a substância que reveste os neurônios. A gordura do leite materno também é importante, pois ela contém as vitaminas chamadas lipossolúveis: A, D, E e K.
 

Armazenando leite































 
 
 
 
O leite materno pode ser guardado e oferecido ao bebê quando a mãe não puder estar com o filho na hora da mamada. No entanto, são necessários alguns cuidados. A coleta do leite pode ser feita com a ajuda de ordenhadeiras elétricas disponíveis no mercado, mas é mais indicada a ordenha manual, realizada pela própria mãe. Controlando o processo, a mulher evita ser machucada pelo equipamento. A higiene é essencial – recomenda-se usar máscaras e luvas durante o procedimento. O leite também tem prazo de validade e não poderá ser armazenado em qualquer recipiente.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Banco de leite: quando procurar?

Em caso de qualquer dificuldade no aleitamento, as mulheres podem contar com uma rede de atendimento dos bancos de leite humano. Eles estão espalhados em todo o país, e cada estado tem pelo menos um local de referência. Em São Paulo, por exemplo, são 50 hospitais cadastrados. A lista dos locais de atendimento e outras informações sobre aleitamento estão disponíveis no seguinte endereço eletrônico: www.redeblh.fiocruz.br.

Chazinho, não!


 
Se você é adulto hoje, certamente tomou muito chá quando bebê. É uma crença muito difundida, especialmente entre as avós, de que ele faz bem e ajuda a criança a se hidratar. É mito. “Não precisa dar chazinho nunca”, afirma a nutricionista Tessa Guimarães, do Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre. Isso porque o leite materno atende integralmente à necessidade de hidratação do bebê. E a infusão, geralmente dada em mamadeiras, só faz atrapalhar.

Como prevenir a mastite


O bebê acabou de mamar, mas continua sobrando leite no peito? Então trate logo de massagear as mamas para retirar o que restou. Esse cuidado é importante principalmente nos primeiros dias de amamentação, quando a mãe pode produzir mais leite do que a criança precisa. Nesse caso, se a ordenha manual não for realizada, o líquido parado nas mamas pode endurecer e virar um prato cheio para as bactérias.

Daí, é um pulo para a mastite, uma inflamação seguida de infecção que atinge as glândulas mamárias. “Trata-se de uma doença oportunista, que costuma ocorrer cerca de duas semanas após o parto”, explica a enfermeira Márcia Regina da Silva, encarregada do curso de gestantes do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, e jurada do II Prêmio SAÚDE!. Segundo ela, são mais suscetíveis ao mal as mães que não repousam apropriadamente, sem falar nas que não se alimentam nem fazem a reidratação adequada para compensar a perda de líquidos durante a amamentação.

Uma coisa é uma coisa
Muita gente confunde a mastite com o ingurgitamento, porém uma coisa não tem nada a ver com a outra. O ingurgitamento é um processo natural caracterizado pelo endurecimento das mamas. É o famoso empedramento. A mastite, por outro lado, vem à tona quando as placas de leite não são desfeitas e muito menos ordenhadas. Dessa forma, as áreas afetadas pelo problema ficam vermelhas e doloridas. A mulher sente dores musculares semelhantes às provocadas por gripe, febre e náuseas. Nesse caso, a única saída é tomar medicamentos sob a orientação do médico.

A mastite, entretanto, não impede o aleitamento materno. Pelo contrário, amamentar faz parte do tratamento, assim como as massagens indicadas para facilitar a saída do leite empedrado.

Beba muita água, mamãe!

 
 
É fácil entender por que os médicos insistem para as mulheres se manterem bem hidratadas durante a amamentação. As mamas fabricam cerca de 750 ml de leite por dia – é quase um litro a cada 24 horas. Além disso, a água responde por 87% da composição do alimento materno. Para dar conta de tamanha produção e manter o bebê nutrido, o corpo feminino necessita de um grande volume de líquidos.

Assim, não é exagero beber até 4 litros de água por dia, sem falar em outros líquidos como sucos. Palavra de especialista. “Mas se a mulher consumir uma média de 3 litros já está ótimo”, garante o pediatra Paulo Pachi, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e jurado do II Prêmio SAÚDE!. Amamentar, por sinal, pode dar muita sede. Por isso, durante o aleitamento, a dica é deixar uma garrafinha de água ao lado da cadeira para a mãe não se esquecer de se reidratar.

Chás, café e refrigerantes
Bebidas que contêm cafeína, como o café, chá-mate e refrigerantes à base de cola, não são contra-indicadas durante a amamentação. Mas nada de exagerar no consumo. "O bebê poderá ter insônia se a mãe tomar esse tipo de bebida além da conta à tarde e à noite", observa o pediatra Marcus Renato de Carvalho, da Clínica Interdisciplinar de Apoio à Amamentação, no Rio de Janeiro.

Já as infusões, como a de erva-doce, não estimulam a produção láctea, ao contrário do que acreditam algumas mães. "Assim como as cápsulas de alfafa, os chás lactantes não são contra-indicados, mas também não produzem o efeito popularmente atribuído a eles", observa o pediatra Paulo Pacchi. O mesmo alerta vale para o leite de vaca e a cerveja preta. Aliás, segundo os médicos, nenhum alimento é capaz de interferir no volume ou na quantidade do leite materno. "O que pode aumentar ou reduzir sua produção é a freqüência com que o bebê mama e o estado emocional da mãe", afirma Marcus Renato de Carvalho.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A dieta da mamãe

 
 
Proteínas, carboidratos, vitaminas, minerais e muitas fibras. Os nutrientes indicados para as mães que estão amamentando são os mesmos que qualquer pessoa saudável deve consumir. A única diferença é que, nesse período, a mulher precisa comer em maior quantidade para compensar o gasto calórico, que agora é maior. De acordo com o pediatra Paulo Pachi, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e jurado do II Prêmio SAÚDE!, as mães chegam a perder de 500 a 800 calorias diárias em decorrência do aleitamento. “Naturalmente, a mulher sente mais fome e, por isso, deve se alimentar bem até ficar saciada", aconselha.

Nenhum alimento é proibido durante a amamentação. Mas os médicos recomendam dosar o consumo de cafeína. A ordem é não exagerar no café, chá preto e refrigerantes à base de cola, principalmente à tarde e à noite, pois essas bebidas podem prejudicar o sono do bebê. Quanto ao álcool, alguns estudos recentes mostram que ele pode contaminar o leite materno e interferir no sistema imunológico do bebê.

Água também é indispensável nessa fase. O corpo feminino necessita de uma boa reserva desse líquido para manter a produção láctea. O ideal é consumir quatro litros por dia, incluindo sucos e chás.

Os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 também não devem faltar no cardápio da mamãe. Eles são encontrados em peixes de água fria (salmão, truta, atum, bacalhau, anchova e arenque) e são importantes não só porque fazem um bem danado ao coração. Na verdade, são os únicos que melhoram a qualidade do leite materno. "O cérebro do bebê é formado basicamente por gordura e a ingestão desses alimentos pela mãe reforça as propriedades do leite materno essenciais para o desenvolvimento desse órgão", explica o pediatra Paulo Pachi. Além disso, ingerir essas gorduras do bem pode aumentar a sensação de saciedade nos bebês mais vorazes.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

É devagar, é devagar




Quando começa a mamar, o bebê não tem pressa nenhuma e gosta mesmo é de se alimentar com tranqüilidade, no aconchego do peito da mãe. Mas, cá entre nós, mesmo que estivesse com muita fome, ele não poderia acelerar a sucção. Acontece que, nessa fase, o maxilar do seu filho ainda está retraído e isso o impede de sugar o leite por muito tempo. Assim, a criança mama um pouquinho, tira uma soneca no peito e depois voltar a se alimentar.

Nesse ritmo desacelerado, alguns bebês passam de 30 a 40 minutos em cada peito. Os mais sonolentos chegam a tirar um cochilo entre uma sucção e outra. Nesse caso, é bom interferir e acordar o dorminhoco. "Se bateu aquele soninho e ele demorou muito a retornar, basta tocar delicadamente no pé para ver se ele volta a mamar", ensina a nutricionista Valderez Aragão, coordenadora do Banco de Leite Humano da Universidade Federal da Bahia e consultora do Consultório de Aleitamento Materno (Calma), em Salvador. É com esse zelo que a mãe vai estimular uma sucção mais efetiva.

Por falar em sono, nos primeiros dez dias de vida, é importante não deixar a criança dormir por mais de quatro horas seguidas. É verdade que nenhuma mãe ou pai gostam de interferir no sono dos pequenos. Mas, se você não fizer isso, o bebê, devido ao jejum prolongado, pode apresentar uma baixa nas taxas de açúcar no sangue, a hipoglicemia, um problema sério que exige cuidados especiais.

A freqüência das mamadas também faz bem para a mãe, especialmente nos primeiros dias, durante a chamada apojadura. Nesse período, os seios ficam doloridos e cheios de leite. E o melhor remédio para afastar esse desconforto é amamentar.

Quinze dias depois...

Mais ou menos duas semanas após o parto, você vai observar uma mudança na quantidade e no aspecto do seu leite. Ele vai ficar mais abundante e a cor mais branca. É o leite em transição. Chama-se assim porque depois do colostro e da apojadura, que marca um período de mudanças e de grande efervescência hormonal no corpo da mulher, a produção do leite materno começa a se estabilizar. Na terceira semana, entra em cena o leite maduro. Sua composição muda e, dali em diante, ele apresenta todos os nutrientes necessários para o crescimento da criança.

Nessa fase, você também vai perceber outra transformação em sua mamas: elas estarão menos cheias. Em conseqüência, as dores e a queimação sintomas que, até aqui, tanto incomodavam algumas mulheres também vão embora. Isso ocorre devido à redução do nível dos hormônios progesterona e estrogênio que estavam circulando no seu corpo. A partir daí, é a sucção do bebê que vai manter em alta as taxas de prolactina e ocitocina, os hormônios responsáveis pela produção e ejeção do leite", explica a pediatra Dolores Fernandez, diretora do Instituto Perinatal da Bahia (Iperba). Ou seja, para a fábrica de leite materno funcionar a todo vapor, o bebê precisa continuar a mamar. Enquanto isso estiver acontecendo, a mãe poderá nutrir seu filho pelo tempo que ambos desejarem. A Organização Mundial de Saúde recomenda que a criança receba o leite materno até os dois anos de idade.
 
 

Esvazie um peito de cada vez




Existe uma boa razão para adotar essa regra: o leite liberado no início da mamada é diferente daquele que sai no final. O bebê ingere primeiro o chamado leite anterior. Ele é produzido nos intervalos entre as mamadas em resposta à ação do hormônio prolactina e se assemelha ao colostro, aquela substância amarelada produzida pelas mamas na etapa final da gravidez. Além disso, é mais diluído e rico em água, mas também possui vitaminas, lactose e fatores de proteção para a criança.

Depois, vem o leite posterior, o responsável por fazer o bebê ganhar peso. Ele tem um aspecto mais branco e é uma ótima fonte de gorduras e proteínas. Devido a essa particularidade, também é conhecido como leite gordo. Para ser ejetado, o leite posterior depende de outro hormônio, a ocitocina, que entra em ação apenas alguns minutos depois que o bebê começa a mamar.

Assim, para resumir a ópera, o primeiro leite mata a sede do bebê e o segundo sacia sua fome. Dessa forma, a criança precisa dos dois tipos para crescer e se desenvolver com saúde. É por isso que ela deve mamar até esvaziar o peito, sem limite de tempo", explica a nutricionista Valderez Aragão, coordenadora do Banco de Leite Humano da Universidade Federal da Bahia e consultora do Consultóriode Aleitamento Materno (Calma), em Salvador.

O bê-á-bá da amamentação



Você deve ter aprendido que, para o bebê crescer forte e saudável, precisa sugar uma mama de cada vez. Essa é a regra número um do aleitamento. A outra recomendação é iniciar a mamada pelo peito no qual a criança mamou por último. Existe uma bom motivo para esses cuidados.

A explicação é que dois tipos de leite são liberados durante o mamar. Cada um deles contém um grupo especial de nutrientes. O primeiro, conhecido como anterior, sai logo no início da mamada. Sua fórmula é reforçada com água, lactose, vitaminas e fatores de proteção. O outro, chamado de posterior, só é produzido depois que a criança começa a sugar no peito. Ele é rico em gorduras e proteínas. O bebê precisa de ambos.

Basta esperar a criança esgotar o leite de um peito e depois oferecer o outro. A segundo mandamento da amamentação, no entanto, pode confundir algumas mães. Assim, aqui vai uma dica dos tempos das vovós: coloque um alfinete de segurança no sutiã para se lembrar. Se a criança mamou no lado esquerdo da última vez, fixe aí o acessório e, na próxima mamada, ofereça o mesmo peito.

Menos cólicas, mais peso
Observar tantos cuidados vale sem dúvida à pena. "Se o bebê mamar sempre só o leite anterior, rico em lactose, um açúcar natural presente no alimento, pode ter muitas cólicas e baixo ganho de peso", explica a nutricionista e consultora Valderez Aragão, do Consultório de Aleitamento Materno (Calma), em Salvador.

De acordo com ela, os pequenos muito sonolentos ou que não têm tanta pressa de mamar podem sentir dificuldade ao sugar o leite posterior. Além disso, também pode haver algo errado se a criança passa muito tempo mamando e não consegue esvaziar o peito. Nesses casos, é bom ter o acompanhamento de um profissional", aconselha Valderez.

Em geral, a mamada com uma sucção eficiente dura, em média, 20 minutos. Mas esse tempo deve servir apenas como referência, cada bebê tem seu ritmo. Um conselho: só tire o bebê do peito quando sentir que a mama está vazia. "Coloque-o para arrotar e, se ele quiser voltar, ofereça o outro peito", aconselha Valderez. Vai ser a sobremesa.

Aprenda a ouvir o bebê





A experiência de amamentar pode despertar uma série de dúvidas, inseguranças e dificuldades. Afinal, o bebê ainda tem um longo caminho pela frente até aprender a se comunicar e depende da mãe para tudo. Mas, se você for sensível e estiver atenta, poderá aprender muito com o seu filho e, aos poucos, vai construir o seu próprio manual para interpretar o que ele quer dizer. "A mulher vai aprendendo aos poucos, até porque a placenta não vem com bula de instruções", brinca a nutricionista Valderez Aragão, coordenadora do Banco de Leite Humano da Universidade Federal da Bahia e consultora do Consultório de Aleitamento Materno (Calma), em Salvador.

Cada bebê tem suas próprias estratégias para informar o que está sentindo. Mas, sem dúvida, o choro é um recurso universal. Não é fácil traduzir essa mensagem. Por isso, o melhor método é se valer de algumas estratégias até finalmente compreender o que seu filho deseja. Comece checando se o bebê está com fome. "Se ele chora, suga os dedos, está inquieto e, quando você oferece o peito, ele pára, não resta dúvida de que o quer é mamar”, ensina Valderez.

Às vezes, acontece da criança voltar a chorar enquanto suga o peito. Nesse caso, é preciso observar outros detalhes. A fralda pode estar suja, ela talvez esteja com frio ou simplesmente quer arrotar. “Às vezes, o pequeno deseja apenas se sentir aconchegado", diz a consultora. Nesse caso, tente confortar seu filho – quando você menos esperar, o choro vai passar.

Sensíveis ao leite de vaca





A alergia à proteína dessa bebida surge principalmente no primeiro ano de vida e exige atenção especial com a alimentação da criança.


Você já deve ter ouvido falar que o leite de vaca não é recomendado para bebês com menos de 1 ano. Pois saiba que a orientação tem fundamento científico. O companheiro nosso de cada manhã não contém nutrientes em quantidades adequadas para o desenvolvimento dos pequenos nessa idade – o nível de ferro, por exemplo, é muito baixo e o de sódio, que contribui para a sobrecarga dos rins, é alto demais. Mas esse não é o principal problema. Hoje, 5% das crianças brasileiras possuem algum tipo de alergia alimentar. E o grande protagonista dos ataques alérgicos na garotada é ele mesmo: o leite de vaca.

“No primeiro ano de vida, nosso sistema gastrintestinal ainda não está maduro”, explica Ary Lopes Cardoso, chefe da unidade de nutrologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas paulistano. Quando o leite de vaca entra no menu muito cedo, o organismo da criança absorve proteínas que podem ser encaradas como intrusas pelos anticorpos. Aí, os sintomas de que algo não vai bem surgem em diferentes cantos do corpo – principalmente na pele, nos pulmões e no intestino.

O bebê pode apresentar diarréia, constipação, vômitos, asma, rinite, chiado no peito, manchas avermelhadas, urticária e, em casos mais sérios, anafilaxia (uma reação sistêmica que vem acompanhada de falta de ar). Por que o leite? “Ora, ele é um dos primeiros alimentos a serem introduzidos na dieta da criança”, justifica o pediatra e alergista Wilson Rocha Filho, coordenador do Núcleo Allos, um centro de referência no tratamento de alergia alimentar e anafilaxia de Belo Horizonte. Além disso, a bebida contém 25 proteínas com potencial para induzir reações do sistema imune.

Diagnosticar o problema é que costuma ser complicado. “Há muita confusão, já que os sintomas são parecidos com os de outras doenças, como a intolerância à lactose”, afirma Wilson. “Por isso, uma análise da história clínica detalhada da criança é a melhor forma de diagnóstico”, complementa. Quando os pais são alérgicos, o cuidado deve ser redobrado – o risco de desenvolver o mal chega a 80%.

“Se houver a suspeita de alergia, o pediatra pode prescrever uma dieta de exclusão para tirar a dúvida”, diz Roseli Sarni, presidente do departamento de nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ou seja, o leite e companhia ficam de fora da mesa por cerca de duas a oito semanas. Os especialistas também adotam esse procedimento no exame que confirma se o pequeno rejeita a proteína do leite de vaca. Trata-se do teste de provocação, ou desencadeamento. Logo após o término da dieta de exclusão, a criança consome o alimento que poderia estar por trás da alergia e fica sob observação.

Para o alívio da criançada – e dos pais –, essa é uma doença autolimitada. Em bom português, ela tem cura e não costuma ser persistente. Roseli Sarni dá uma boa notícia: “Em 85% dos casos, o problema é resolvido antes dos 3 anos de idade”.

Mãe, atenção ao leite de vaca


 
 
Diz a crença popular que caprichar nos goles dessa bebida pode interferir positivamente na produção do leite materno. Não passa de um mito, alertam os médicos. E um mito perigoso, é bom lembrar. O exagero no consumo do leite de vaca e seus derivados pode desencadear vários problemas para o bebê. “Algumas crianças são sensíveis às proteínas presentes nesse alimento que são passadas através do leite materno”, explica o pediatra Paulo Pacchi, da Santa Casa de São Paulo e jurado do II Prêmio SAÚDE!. O resultado geralmente aparece na forma de cólicas, alergias ou intolerância à lactose, uma reação ao açúcar lácteo.

A dica, portanto, é não beber muito leite nem consumir laticínios além da conta. Também não é recomendável comer, numa mesma refeição, iogurtes, requeijão e queijos. Mas atenção: esses alimentos só devem ser cortados da dieta com orientação médica e se a mãe realmente perceber que eles estão relacionados aos problemas com a saúde do pequeno.

No caso das cólicas, é fácil tirar a prova. Basta interromper a ingestão do leite de vaca e dos laticínios por uma semana e observar a reação da criança. Se as cólicas desaparecerem, provavelmente estava aí o gatilho do problema. Porém, se elas persistirem, a explicação deve ser outra. O pequeno, por exemplo, pode estar engolindo muito ar durante as mamadas. “Cerca de 80% do ar no intestino é deglutido pelo bebê, que ainda não sabe engolir direito”, diz Pacchi. Assim, para evitar que isso ocorra, o especialista recomenda que a criança fique o mais ereta possível na hora de mamar, abocanhando bem o peito da mãe.

Álcool e amamentação, nada a ver

É grande o folclore sobre os efeitos positivos das bebidas alcoólicas na produção do leite materno. A cerveja preta, por exemplo, teria um efeito relaxante e facilitaria a descida do leite. Ledo engano. Vários estudos mostram que o álcool, na verdade, afeta a qualidade do alimento produzido nas mamas. Os pesquisadores descobriram que, quando uma mulher consome esse tipo de bebida, o mesmo teor alcoólico presente em seu sangue também é encontrado no leite materno. Quando ingerida pela criança, a substância afeta o sistema imunológico e ainda diminui o aporte de vitamina A, uma das responsáveis por defender seu pequeno organismo contra infecções.

Pesquisas mais recentes também mostram que o consumo de álcool interfere no comportamento dos hormônios prolactina e ocitocina, os responsáveis respectivamente pela produção e pela ejeção do leite. “Em 30 minutos, o álcool ingerido pela mãe já pode ser identificado no leite e, especialmente no caso das bebidas fermentadas, atinge o pico máximo em 60 minutos”, conta o pediatra Marcus Renato de Carvalho, da Clínica Interdisciplinar de Apoio à Amamentação, no Rio de Janeiro. Ele explica que, em conseqüência, a criança fica embriagada e dorme mais. Aí surge outro efeito dominó negativo. “Isso faz o bebê sugar menos o peito e, assim, a produção de leite diminui”, afirma o especialista.
 

Menos estresse, mais leite


 
 
A produção do leite materno não acontece de forma mecânica. Ela depende também de fatores hormonais e emocionais. Isso significa que a mulher precisa se sentir bem e ter muito apoio e autoconfiança para conseguir alimentar o filho. "Costumo dizer que o leite é produzido no peito e na cabeça da mãe", explica o pediatra Marcus Renato de Carvalho, da Clínica Interdisciplinar de Apoio à Amamentação, no Rio de Janeiro.
Funciona assim: para que o leite seja liberado dos alvéolos internos, em que é produzido e fica armazenado, é preciso que entre em cena a ocitocina , que estimula a ejeção do alimento. Esse hormônio é produzido pela glândula pituitária numa região do cérebro chamada hipotálamo a mesma que regula as emoções entre um e cinco minutos depois que o bebê começa a mamar.
Acontece que esse processo neuro-hormonal, conhecido como reflexo de ejeção ou de descida do leite, pode ser afetado pelos sentimentos, pensamentos e sensações da mãe. Se a mulher estiver tranqüila e confiante, o leite sairá com facilidade. Mas, se ela tiver medo, dor, vergonha ou preocupação, tudo isso pode inibir a ação da ocitocina e o pequeno não obterá leite suficiente para sua alimentação.

Aleitamento

Fique por dentro da Semana Mundial de Amamentação e entenda por que é importante dar apoio à mulher que amamenta



 
 
 
A melhor fonte de nutrientes para o bebê é também a principal forma de evitar que ele seja atacado por alergias, infecções e doenças como pneumonia e diabete. Não custa nada e ainda fortalece o vínculo entre a mãe e a criança. Com tantos benefícios, nada mais justo do que dedicar ao santo alimento alguns dias do ano.

O leite materno – sim, estamos falando dele – é o homenageado da 17ª Semana Mundial de Amamentação (SMAM), que acontece entre os dias 1º e 7 de agosto. Realizada em mais de 120 países, aqui no Brasil a SMAM é divulgada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria. “Tenho certeza de que amamentar não é nutrir só o corpo, mas a alma”, acredita a pediatra Keiko Teyura, da Sociedade de Pediatria de São Paulo e membro do Comitê Nacional de Aleitamento Materno do Ministério.

A encarregada de traduzir publicamente essa mensagem é a atriz Dira Paes (na foto com sua mãe, Flor, e seu filho, Inácio), madrinha da versão nacional do evento. Este ano, o objetivo é alertar sobre a necessidade de apoiar a mulher que amamenta. “O suporte pode vir de familiares, amigos, profissionais de saúde e do próprio governo”, afirma Fabíola Cassab, uma das fundadoras do Matrice, grupo paulistano de mães que incentivam outras mães a amamentarem.

Diversas palestras, debates e encontros serão realizados em todo o país durante esses dias. Nos links abaixo, você encontra mais informações sobre amamentação e parte da programação da SMAM. Para saber o que será realizado perto da sua casa, informe-se pelo site da Secretaria de Saúde da região onde mora.

Gema pode, clara, não (por enquanto)


 
 
O ovo é um bom alimento para o bebê, pois é uma fonte de colesterol e rico em colina, substâncias que ajudam no desenvolvimento cerebral. Mas é preciso tomar algumas cautelas. O melhor é evitar a clara, pelo menos até a criança completar 1 ano, já que nela residem as maiores possibilidades de alergia. Quanto à gema, justamente onde se concentram os melhores nutrientes do ovo, deve-se oferecê-la para a criança bem cozida para afastar o risco de contaminação pela bactéria salmonela.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Amamentação: mitos e verdades

O blog do seu bebê preparou um minidossiê para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto



1. Mamadeira e chupeta interferem no aleitamento?
Às vezes. Os bicos artificiais não são indicados, principalmente no primeiro mês de vida. A razão é simples: existe uma grande diferença entre sugar um seio e uma mamadeira. “Alguns bebês podem confundi-los, o que dificulta a amamentação”, explica a enfermeira Andrea Viera, supervisora da maternidade e do berçário da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. Já a chupeta supre a necessidade de sucção da criança e substitui o peito em momentos que ela deveria estar mamando. Ou seja, o número de mamadas diárias talvez acabe diminuindo.



2. Prótese de silicone prejudica a qualidade do leite?
Não. “Atendemos mulheres que puseram silicone e amamentam normalmente”, diz Andrea Vieira. Como a prótese costuma ser colocada abaixo da glândula mamária ou atrás do músculo peitoral, não há influência direta na produção de leite.



3. E mamoplastia redutora?
Em alguns casos. Quando há remoção de tecido com glândulas e dutos mamários, a amamentação pode ficar comprometida. Mas é possível superar o problema usando um suplementador – trata-se de uma sonda macia adaptada a uma seringa cheia de leite, que é colocada ao lado do mamilo. O bebê, então, suga ao mesmo tempo o líquido proveniente da seringa e da mama.



4. Canjica e cerveja preta estimulam a produção do leite?
Mito. A descida do leite depende de três fatores: que a mãe se hidrate bem (por isso é recomendável tomar bastante líquidos), que o corpo dela esteja descansado e, o principal, que o bebê sugue o peito. Até mesmo mães adotivas, que não engravidaram, são capazes de amamentar nessas condições.



5. O leite materno pode ser congelado?
Sim, tanto para guardar em casa como para doar. Mas, ao extraí-lo, é preciso seguir algumas orientações. “A mãe deve prender os cabelos, lavar bem as mãos e enxugá-las com toalhas limpas”, ensina Danielle Silva, engenheira de alimentos do Banco de Leite do Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro. “E o líquido precisa ficar em um frasco de vidro com tampa de plástico”, complementa. Congelado e armazenado dessa forma, o leite tem validade de 15 dias.



6. Estresse faz o leite secar?
Não, mas pode atrapalhar a sua descida. Isso porque a vazão do líquido depende da liberação do hormônio ocitocina. “Em uma situação de muito cansaço e ansiedade, a produção dessa substância é bloqueada”, afirma a pediatra Keiko Teyura, vice-presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.



7. Alguns leites são mais fracos?
Não. “A qualidade é sempre a mesma e todas as mulheres são capazes de produzir leite suficiente e adequado para o seu filho”, garante Keiko Teyura. Mesmo mães desnutridas ou que precisam seguir uma dieta restritiva conseguem preservar as propriedades do alimento.



8. Seios pequenos produzem menos leite?
Não. “O que dá forma ao seio é o tecido adiposo, a gordura”, diz a enfermeira especialistas em aleitamento materno Catarina Mendonça, do Hospital Samaritano, em São Paulo. Isso não tem nada a ver com a glândula mamária, que é a responsável pela produção do leite.



9. Existe uma posição ideal para amamentar?
Depende da idade do bebê e de como a mãe se sente mais à vontade. “Mas é apropriado que a criança esteja com a cabeça acima do resto do corpo, para evitar engasgos, e com o corpo reto, para que não fique desconfortável”, orienta Carina.

 
 
10. Se interrompida por um longo período, a amamentação pode ser retomada?
Pode, sim. Basta que a mulher esvazie os seios regularmente, como se a criança estivesse mamando. Assim ela provavelmente continuará produzindo leite.



11. A alimentação da mãe reflete no leite?
Sem dúvida. Tudo o que ela ingere passa para o leite materno. “Comidas que causam flatulência na mãe também causarão na criança”, exemplifica Carina Mendonça, do Hospital Samaritano. Segundo a especialista, vale a pena apostar em um cardápio variado durante o aleitamento. “Estudos mostram que, se a lactante tem uma dieta variada nesse período, o bebê aceita melhor a diversidade de alimentos quando começa a comer.”

 
 
 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cardápio do bebê

Aos 6 meses, é hora de apresentar ao pequeno os primeiros alimentos sólidos. Pedimos ajuda a um especialista para explicar, tintim por tintim, como deve ser feita essa transição




 
 
Você leu tudo o que encontrou por aí sobre bebês, ouviu os conselhos das amigas e os palpites dos familiares - todo mundo guarda uma dica especial para presentear as mães de primeira viagem. No entanto, em vez de ajudar, tanta informação acabou gerando ainda mais dúvidas. A alimentação da criança, por exemplo, é uma delas. Sabe-se que por volta dos 6 meses é chegada a hora de o pequeno provar os primeiros alimentos sólidos - sem deixar de lado as mamadas, claro. Mas a verdade é que ninguém explica direito como fazer, por onde começar e o que evitar.

Pedimos uma mãozinha ao pediatra e nutrólogo Fábio Ancona Lopez, da Universidade Federal de São Paulo, para detalhar o que deve ser feito na hora de oferecer ao filho a alimentação complementar ao aleitamento. Confira abaixo o passo-a-passo:


1. Comece pelas frutas
A primeira novidade no menu do pequeno são os sucos naturais de frutas. Dê preferência às cítricas, como laranja, limão e acerola, que são ricas em vitamina C. Fábio Ancona Lopez dá a dica: "A laranja-lima costuma ter mais aceitação". Mas vale também misturar frutas e bater o suco com cenoura ou tomate, por exemplo. Segundo o especialista, os líquidos devem ser oferecidos entre as mamadas da manhã. Se o bebê mama às 8h e às 11h, o suco entra lá pelas 9h. A bebida pode ser servida em uma colher, um copinho ou, em último caso, uma mamadeira. A quantidade é bem pequena - cerca de 20 ou 30 mililitros - e varia de pequeno para pequeno.

Atenção: não se preocupe se o bebê fizer cara feia ou recusar o líquido. Muitas vezes, a criança só vai aceitar o novo alimento depois da décima tentativa de apresentação. Assim, se ela não beber o suco hoje, tente novamente no dia seguinte.








2. A vez da papinha doce
Cerca de 10 a 15 dias depois de incluir o suco na vida do seu filho, já é hora de acrescentar um lanche no cardápio dele, antes da mamada da tarde. E aí, não tem segredo. Banana amassada, maçã raspada, mamão... "O ideal é apresentar um alimento de cada vez e, só depois, misturá-los", orienta o nutrólogo. Dessa forma, ele aprende a diferenciar os sabores.

Aviso: procure respeitar a vontade e o apetite do pequeno. Não insista mais de três vezes se ele virar o rosto e deixe que ele interaja com os alimentos. Lambuzar a roupa e tudo o que estiver em volta faz parte desse período de iniciação à vida de gourmet. "Comida não é remédio. Não tem dose nem hora exatas", lembra Fábio Ancona Lopez.


3. Meu primeiro almoço
Um mês de papinhas doces e a criança está apta a degustar sabores salgados. Aqui vai uma receita básica e nutritiva de almoço, que pode entrar na rotina do bebê por volta do meio-dia:
- Refogue 50 ou 100 gramas de carne, frango ou fígado em óleo vegetal.
- Coloque temperos leves, como cebola, cebolinha, salsinha e uma pitada de sal.
- Acrescente água e dois ou três tipos de vegetais. O ideal é misturar uma folha, uma raiz e um legume. Exemplo: agrião, mandioquinha e cenoura.
- Cozinhe até ficar quase seco.
- Amasse com o garfo e ofereça à criança. Não bata no liquidificador, para que os alimentos não percam as fibras. Se os pedaços de carne ficarem muito grandes, você pode batê-los sozinhos e depois colocar de volta no prato.
- Dê uma fruta como sobremesa

Lembrete: logo após o almoço, evite oferecer leite. Nessa hora, ele prejudica a absorção do ferro de alimentos como a carne.





4. Hora do jantar
Espere entre duas e quatro semanas para preparar o primeiro jantar do bebê. Ele será praticamente igual ao almoço, mas agora a criança pode também comer grãos como arroz, feijão e lentilha.

Ao final de todo esse percurso, seu filho deverá mamar três vezes ao dia (de manhã, à tarde e à noite), além de fazer as refeições elencadas acima. "Se a criança toma fórmulas especiais em vez do leite materno, o esquema pode ser antecipado. Não é preciso esperar até o 6º mês", afirma Fábio Ancona Lopez.

Economize tempo: cozinhe cerca de quatro porções de uma só vez. É só congelar e você terá comida para a semana inteira. Para armazenar, não se esqueça de ferver o recipiente - inclusive a tampa e a colher que será usada. Coloque alimento até a boca do pote, para que não entre ar. Use uma bacia de gelo para resfriar e depois congele.

20 dúvidas sobre amamentação

Depois de longos nove meses de espera, o bebê chegou. Juntamente com ele, nasce uma porção de questionamentos sobre o principal cuidado com o pequeno nessa fase: a alimentação. Para esclarecer todos eles, reunimos um time de experts em aleitamento materno. Leia nosso dossiê e seja você também uma especialista no assunto



mãe amamentando



1. Qual a dieta mais recomendada durante a amamentação?
Não existe um cardápio pré-determinado. O ideal é que a mãe se alimente da forma mais saudável possível, dedicando especial atenção aos líquidos. “A mulher costuma sentir muita sede nessa fase porque a água é matéria-prima para a fabricação do leite”, explica o pediatra Luciano Borges, vice-presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Outra dica é fazer várias refeições balanceadas ao longo do dia. “O bebê rouba os nutrientes da mãe, por isso o organismo dela deve estar o mais equilibrado possível”, informa o nutrólogo e pediatra Ary Lopes Cardoso, do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Os especialistas concordam: comer cinco ou seis vezes ao dia e investir em frutas e fibras, além de não abusar dos doces, é um ótimo caminho.



2. Existem restrições alimentares? O que não devo comer?
A princípio, não há alimento proibido para a nutriz – nome dado à mãe que amamenta. Se houver alguma reação negativa do bebê em aleitamento materno exclusivo, aí, sim, pode-se suspeitar de sensibilidade ou alergia alimentar a alguma substância que a mulher tenha ingerido.

Segundo o nutrólogo Ary Lopes, os campeões nesse processo são: leite de vaca, castanhas como o amendoim, frutos do mar e carne de porco. Mas, antes de pensar em eliminar os itens do cardápio, é preciso que o médico constate a ligação entre eles e as cólicas do bebê.

O álcool deve ser evitado. A substância pode dificultar a absorção de nutrientes pela mãe, além de ser absorvido pela criança através do leite materno. Já fontes de cafeína precisam ser consumidas com moderação. “O recomendado são até duas xícaras de café por dia”, orienta o nutrólogo Celso Cukier, do Instituto de Metabolismo e Nutrição, de São Paulo. Segundo o médico, não se sabe se a substância é prejudicial aos pequenos. Por isso, o melhor é não abusar.



3. Posso fazer regime durante a amamentação para diminuir as medidas?
Cortar calorias é perigoso, já que o organismo precisa de muita energia para produzir o leite materno. “Dietas rigorosas nessa fase podem implicar em perda de massa magra, ou seja, músculos e energia”, explica o nutrólogo Ary Lopes.

Para alimentar o seu bebê, estima-se que as mulheres precisam de 20% a mais de calorias do que as necessárias em outra fase da vida. Isso significa o total médio de 2,4 mil calorias diárias. Portanto, não se preocupe: invista em uma alimentação saudável e o ato de amamentar fará você voltar ao seu peso normal gradualmente.



4. Não estou voltando ao meu peso. Como emagrecer?
Basta aliar a dieta saudável aos exercícios físicos. Entre 30 a 40 dias depois do nascimento do bebê, você pode começar a caminhar cerca de uma hora e meia por dia. Mas mantenha seu médico informado sobre as atividades que pratica.

“Depois de três meses, a mãe já está liberada para fazer esportes normalmente. Se for atleta, pode voltar aos treinos. Caso esteja iniciando, é melhor optar por atividades aeróbicas, como a caminhada”, explica o nutrólogo Ary Lopes. O especialista enfatiza que o gasto calórico durante a amamentação é bem alto, daí a necessidade de se alimentar corretamente.
 
 
 
5. Adoçantes e outros alimentos light e diet estão liberados?
Não existe consenso sobre os malefícios desses produtos para a saúde da criança. Porém, como diversas pesquisas apontam nessa direção, a recomendação dos médicos é fazer um uso leve ou moderado das substâncias.

“Elas não são saudáveis. O melhor é usar açúcar mesmo, mas em menor quantidade”, aconselha o pediatra Luciano Borges. O nutrólogo Celso Cukier lembra que 1 grama de açúcar tem apenas 4 calorias.

Se mesmo assim a mãe quiser fazer uso de adoçantes, o ideal é que não passe de dois envelopes por dia (ou duas colheres de café, se for pó, ou dez gotas, se for adoçante líquido). Os produtos light e diet também não devem ser consumidos à vontade. “Como são utilizadas moléculas químicas para produzir o sabor adocicado, podem não fazer bem para o organismo”, explica Celso.

Ary Lopes, pediatra e nutrólogo, resume a orientação: “Durante o aleitamento, não é hora de contar calorias, e sim selecionar melhor os alimentos”.



6. E os remédios? Devo manter as mesmas restrições da gravidez?
Durante a amamentação, vários medicamentos estão liberados. Mas, para ter certeza do que você pode ou não pode tomar, é essencial consultar o médico. No pós-parto, assim como em qualquer fase de vida, a automedicação nunca deve ser praticada.
 
 
 
7. Posso tomar pílula anticoncepcional?
Apenas as que não contêm estrógeno em sua composição. “Acredita-se que esse hormônio feminino possa chegar ao bebê pelo leite, o que causaria o desequilíbrio hormonal na criança”, explica o obstetra e ginecologista Luiz Fernando Leite, do Complexo Santa Joana/Pro Matre, em São Paulo. Para as mulheres que amamentam, o médico recomenda pílulas de progesterona, anticoncepcionais injetáveis, subcutâneos ou DIU. “Esse último só pode ser colocado 50 ou 60 dias após o parto”, esclarece Leite.
 
 
 
8. É possível engravidar durante a fase de amamentação?
Sim. Por isso a importância de utilizar algum método anticoncepcional caso outro bebê não esteja nos planos do casal tão a curto prazo. “A prolactina, o hormônio responsável pela produção de leite no organismo feminino, inibe a gravidez, mas não se sabe até que ponto”, explica o obstetra Luiz Fernando Leite.

Segundo o médico, é importante dar início ao uso de algum contraceptivo cerca de 30 ou 40 dias após o nascimento do bebê.
 
 
 
9. Por quanto tempo deve-se amamentar a criança?
A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendam a amamentação exclusiva por seis meses. O pediatra Luciano Borges ressalta que mesmo as mães que voltam ao trabalho antes desse tempo podem continuar alimentando o bebê só com o leite do peito. “É possível ordenhar o leite e, durante o período em que a mulher estiver fora, pedir para alguém dar o líquido à criança utilizando um copo específico para esse fim”, diz. O especialista alerta para que se mantenha o pequeno longe de mamadeiras – mais fácil para o bebê sugar, ela tende a desestimular a amamentação direta no peito.

Após os seis meses, o Ministério da Saúde recomenda que o leite materno continue sendo oferecido em parceria com a alimentação complementar. Isso pode se estender até os 2 anos de idade ou mais. Borges ressalta ainda que a introdução de novos alimentos provoca a diminuição gradual no número de mamadas ao longo do dia. Assim, naturalmente, acontece o desmame.



10. Meu bebê só quer o peito, embora já esteja na idade de comer outros alimentos. O que faço?
Essa situação é bastante comum. “Uma boa tática é passar para o pai ou outra pessoa próxima a função de alimentar a criança, pois ela tende a associar a mãe com a amamentação, recusando outro alimento”, explica o pediatra Luciano Borges.

Insista até o bebê aprender a comer. Para isso, vale conversar com a criança e estipular horários de mamar e horários de comer a papinha, a sopa... “É uma estratégia eficiente, inclusive, para educar e estabelecer limites à criança”, explica a consultora de amamentação Lívia Teixeira, do Consultório de Aleitamento Materno, de Salvador.
 
 
 
11. Prótese de silicone nos seios atrapalha o aleitamento?
Em geral, as próteses não interferem nesse processo porque são colocadas abaixo da glândula mamária ou atrás do músculo peitoral. Nessa posição, não influenciam a produção de leite.

Para o pediatra Luciano Borges, no entanto, quando a quantidade de silicone é muito grande e desproporcional ao peito, é possível, sim, haver problemas. O especialista Ary Lopes concorda: “Por causa da cirurgia, a anatomia e a pressão dos dutos que irrigam as mamas podem ser alteradas”, explica.

Algo semelhante pode acontecer nas cirurgias redutoras de seios. “Se o tecido mamário for lesionado, a produção de leite sofrerá as consequências”, afirma Luciano Borges.
 
 
 
12. Como fazer o bebê arrotar? Existe algum problema se isso não acontecer?
Após a mamada, a mãe deve segurar a criança no colo e deixar o corpo dela o mais em pé possível, com a cabecinha apoiada no ombro, por cerca de dez minutos. “Vale dar os clássicos tapinhas nas costas para agilizar o processo”, recomenda o pediatra Ary Lopes.

O arroto é provocado pela ingestão de ar durante a sucção feita pelo bebê. Assim, se ele pegar o peito de forma correta e mamar bem, é possível que não arrote. “Isso não deve ser motivo de preocupação para os pais”, acalma o vice-presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, Luciano Borges.



13. Quanto tempo deve durar cada mamada? Qual o intervalo ideal entre elas?
Varia muito de criança para criança, pois cada uma tem o seu jeito próprio de se alimentar. O pediatra e nutrólogo Ary Lopes estima que cerca de dez minutos em cada peito são mais do que suficientes – mas nos primeiros dias, quando o hábito começa a ser estabelecido, o tempo pode ser bem maior.

Vale explicar ainda que a duração da mamada não tem a ver com a quantidade de leite ingerido, já que a eficiência da sucção também é variável. Segundo Luciano Borges, do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, o importante é prestar atenção no intervalo entre as mamadas. Ele costuma ser de duas a quatro horas. “Se passar disso, é preocupante. Informe o médico”, diz.



14. É aconselhável acordar o bebê para mamar durante a madrugada?
Se você faz parte do time das sortudas que, em vez de ter o sono interrompido pelo pequeno, estão em dúvida se devem ou não despertá-lo para dar leite no meio da noite, os médicos recomendam que se fique tranquila. “Quando o bebê está bem e ganhando peso normalmente, não há a necessidade de acordá-lo”, explica o pediatra Luciano Borges. Ary Lopes, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, de São Paulo, concorda.



15. Como saber se a criança mamou o suficiente?
A única maneira de ter certeza é verificar o ganho de peso nas consultas pediátricas. “Para ter uma ideia se o pequeno está satisfeito, preste atenção nas pistas dadas por ele: logo após mamar, deve estar bem relaxado e tranquilo. Além disso, a quantidade de xixi feita ao longo do dia deve ser suficiente para seis fraldas”, explica a consultora em amamentação Lívia Teixeira, do Consultório de Aleitamento Materno, de Salvador.
 
 
 
16. O que posso comer ou fazer para aumentar a quantidade de leite?
Não existe um alimento que cumpra essa função. O maior estímulo para a produção de leite é a própria sucção do bebê. Além disso, você deve ingerir bastante água – uma matéria-prima essencial a esse processo.

“É importante esvaziar o peito para que a produção não pare. Então, se o bebê não mamar todo o leite disponível, ordenhe as mamas até ficarem vazias”, alerta a consultora em amamentação Lívia Teixeira, do Consultório de Aleitamento Materno, de Salvador.
 
 
 
17. Como esvazio as mamas?
Coloque o dedo indicador e o polegar na linha da auréola e empurre a mama em direção ao tórax, fazendo um movimento como se quisesse aproximar os dois dedos. “Dessa forma, pressionam-se os dutos e o leite sai”, explica Lívia Teixeira, do Consultório de Aleitamento Materno, de Salvador.

Existem acessórios que também fazem esse trabalho, mas o pediatra Luciano Borges alerta: “É preciso muito cuidado com os ordenhadores mecânicos, pois alguns modelos podem causar problemas, como fissuras nos seios”.

A técnica pode ser aplicada antes da amamentação para deixar as mamas mais flexíveis e ao longo do dia, quando a mãe sentir que os seios cheios estão provocando dor.  



18. Quando o leite acaba, a produção está encerrada de vez?
Primeiro, é preciso derrubar um mito: o leite não acaba. O que acontece muitas vezes, segundo o pediatra Luciano Borges, é que a falta de estímulo para a amamentação bloqueia a produção do líquido. “Um trauma psicológico que afete a mulher ou simplesmente a ausência de sucção do bebê, devido à introdução de mamadeira, por exemplo, são algumas das causas mais comuns”, diz. Mas isso pode ser revertido.

Para que as mamas voltem à ativa, nada melhor que o estímulo do próprio bebê. “As mães só não podem confundir ‘leite secando’ com uma diminuição da produção, que é normal e significa apenas que mãe e bebê estão entrando em equilíbrio, ou seja, ela produz apenas a quantidade de que ele necessita”, explica o pediatra. Se a mãe continuar insegura ou o problema não for normalizado em curto espaço de tempo, é bom consultar o médico.
 
 
 
19. Posso dar água ao bebê que está no aleitamento materno exclusivo?
Não. O leite materno já contém água suficiente em sua composição para hidratar o pequeno. “Esse é o alimento mais completo que existe. Não é preciso oferecer mais nada à criança durante os seus seis primeiros meses de vida”, explica o pediatra e nutrólogo Ary Lopes.



20. Meu filho sempre engasga. É normal?
“Isso pode ser sinal de que o bebê não está mamando corretamente”, aponta o pediatra Luciano Borges. Ou ainda de que o leite esteja saindo com muita força. Nesse caso, o jeito é tirar a criança do peito, limpá-la e voltar quando a respiração do pequeno estiver normal. “Não há motivo para se preocupar”, diz Borges.

Para saber se a causa do engasgo é a mamada incorreta, cheque alguns pontos. A criança deve ficar bem de frente para as mamas, com a cabeça e o tronco alinhados, as nádegas apoiadas, o queixo tocando o seio, a boca bem aberta e o lábio inferior voltado para fora. “Certifique-se de que a auréola do seio está mais visível acima da boca do bebê do que abaixo. Olhe também para as bochechas do pequeno – que devem estar arredondadas – e preste atenção se há algum barulho além do da deglutição”, aconselha a consultora em amamentação Lívia Teixeira.
 

Leite materno protege o intestino do bebê

mãe amamentando
Se você já tinha motivos de sobra para amamentar o seu pequeno, conheça mais um: estudo da Universidade de Londres, no Reino Unido, acaba de comprovar que um ingrediente presente no leite materno auxilia a prevenção e recuperação de problemas digestivos do bebê. Detalhe: essa substância não é encontrada nas fórmulas infantis.

Trata-se de uma secreção inibidora de tripsina, uma proteína presente no intestino. Ela se encontra disponível em maior quantidade no colostro, o leite fluido e viscoso produzido pela mãe nos primeiros dias de vida do pequeno. Denominada PSTI, sua existência já era conhecida no pâncreas, onde tem a função de proteger a glândula das enzimas digestivas que ela mesma fabrica. O que os pesquisadores descobriram agora é que essa mesma ação de defesa acontece no intestino da criança.

Nas análises realizadas em laboratórios, os britânicos constataram que a substância estimula as células intestinais a se mover em torno de uma área danificada, formando, assim, uma proteção natural nas paredes do órgão.

“O estudo é importante porque mostra como o componente protege e ajusta o intestino no instante em que recebe o alimento. Isso reforça ainda mais os benefícios da amamentação”, explica Ray Playford of Barts, líder do estudo. Vale lembrar que os recém-nascidos são particularmente suscetíveis a problemas digestivos.

Como apresentar os primeiros alimentos ao bebê

bebê
Aos 6 meses, uma grande mudança acontece na vida do pequeno: além do leite materno, ele passa a saborear papinhas, sopas e frutas. Essa adaptação nem sempre é fácil. Algumas crianças simplesmente não aceitam a novidade. Para ajudar mãe e filho nessa transição, reunimos dicas preciosas de nutricionistas e pediatras. A ideia é tornar a hora da refeição um momento prazeroso e cheio de descobertas para a garotada. Bom apetite!

1. Hábitos alimentares saudáveis começam pela amamentação
Até os 6 meses, nada de água, chás e sucos, somente leite do peito. Além de nutrir, imunizar e estreitar laços afetivos, o alimento materno deixa lições que a criança guarda para o resto da vida. Uma das mais importantes delas é a chamada autorregulação. Ao decidir quanto e quando vai mamar, o recém-nascido aprende a lidar com a saciedade, o que reduz e muito o risco de obesidade no futuro. Aliás, um deslize bastante comum nessa fase é associar sempre o choro à fome. Dar o peito toda vez que o pequeno abre o berreiro pode fazer com que ele recorra à comida a cada frustração da vida. Nessa fase, seu filho também já começa a ter contato com os diferentes sabores dos alimentos. Isso acontece porque o gosto do leite muda conforme a dieta da mãe. Portanto, é absolutamente recomendável que a família siga uma alimentação balanceada, fugindo da monotonia.



2. Nada de substituir o leite materno pelo leite de vaca integral
Na impossibilidade de amamentar, os pais devem fornecer fórmulas infantis prescritas pelo pediatra. Isso vale especialmente para o primeiro ano de vida. E nada de substituir o leite materno pelo leite de vaca integral, o que pode comprometer o desenvolvimento da criança, deixando sequelas importantes. De acordo com os especialistas, o consumo da bebida láctea de origem animal nessa fase pode levar à sobrecarga renal devido ao excesso de proteína e sódio. Sem contar no baixo fornecimento de ácidos graxos essenciais, ferro, zinco e algumas vitaminas. Em outras palavras, há o risco de problemas cognitivos, anemia, prejuízo ao crescimento, falta de proteção contra infecções e mais vulnerabilidade a doenças crônicas.
 
 
 
3. Ao preparar a papinha, não use o liquidificador
O sexto mês marca uma mudança importante na dieta de uma criança. É o período em que os pais devem introduzir as papinhas na rotina alimentar dos filhos. Tanto salgadas como doces. Serão, em média, quatro mamadas para duas papas. Aqui uma dica importante é jamais usar o liquidificador, que tritura sem piedade qualquer ingrediente. E os pediatras seguem uma receita clássica: a papinha deve ser pastosa, mas não totalmente liquefeita. Em outras palavras, você terá de peneirar, ralar, raspar, espremer ou amassar os alimentos nessa primeira etapa. Não existe restrição em relação às frutas a serem usadas, embora muitos evitem as mais ácidas – preferem a laranja-lima, por exemplo. Seja como for, a principal preocupação é que elas sejam frescas, in natura. E de preferência da estação.  



4. A primeira papa salgada deve ser oferecida junto com a doce
Se a criança não aceitar bem a novidade, complemente a refeição com o leite materno. Entre os grupos de alimentos que podem ser cozidos, peneirados e amassados, estão as principais categorias: cereais ou tubérculos, leguminosas, carne (vaca e frango) e hortaliças (verduras e legumes). O óleo vegetal deve ser usado em menor quantidade. As sopinhas podem ser preparadas, por exemplo, com batata, cenoura, caldo de músculo, cebola, sal e azeite. Pode-se também incluir outros legumes, folhas e carnes. Fica o recado: é imprescindível usar alimentos frescos e tomar cuidado com o excesso de sal, além de evitar temperos fortes, como a pimenta.



5. Ofereça água e suco no copo
Nessa fase, o bebê também deve começar a tomar água e sucos naturais, sem a adição de açúcar. Mas procure oferecer no máximo 100 mililitros por dia. E sempre no copo para não ameaçar a amamentação com a confusão de bicos. Os sucos, principalmente os de frutas cítricas, devem ser oferecidos após as refeições para melhorar a absorção do ferro, presente, por exemplo, na carne vermelha, no feijão e nas folhas verde-escuras. Jamais substitua os alimentos sólidos por bebidas. E, para matar a sede, dê a água e não o suco.



6. Use vários tipos de peneira
Depois que o novo cardápio já entrou na rotina alimentar da criança, suas refeições se resumirão a três mamadas e três papinhas, duas salgadas e uma doce, além dos sucos e da água. Para graduar a consistência das sopinhas, vale a pena investir em diferentes peneiras. A ideia é usar telas com entrançamentos cada vez menos estreitos, permitindo que os alimentos fiquem paulatinamente mais endurecidos.



7. Nada de festa se o pequeno raspou o prato
A introdução dos alimentos sólidos pode gerar estranhamento e estresse na criança. Leve isso em consideração ao colocá-la no cadeirão. Com o tempo, ela deve se render aos prazeres da comida, mas, até lá, tenha bastante paciência. Fuja dos modelos recompensa e ameaça. Quer dizer, nada de festa se raspou o prato ou broncas porque cuspiu a comida. O ambiente deve ser o mais tranquilo e aconchegante possível na hora da refeição. O cansaço, a irritação e o nervosismo dos pais interferem no humor do bebê. Adotar horários fixos também é importante, assim o organismo do pequeno vai se acostumando à rotina.



8. Aos 9 meses, separe os alimentos
Do nono mês até o primeiro ano de vida, o bebê deve passar gradativamente para a refeição da família, com ajuste apenas na consistência dos alimentos. Não é preciso lembrar a importância dos hábitos alimentares da casa na dieta dessa criança. Se os pais comem lasanha congelada, sanduíches e pizza vários dias por semana, a criança terá dificuldades para criar uma dieta saudável. O cardápio deve ter alimentos variados, coloridos e frescos. A monotonia é outro risco que deve ser evitado, sob pena de o pequeno se tornar seletivo demais. Uma dica valiosa é separar os alimentos para que ele sinta o gosto de cada um. Se possível, prepare refeições que encham os olhos. Vale, inclusive, optar por pratos infantis, que já vêm com divisórias. Procure também deixar seu filho apreciar o aroma da comida, feita na hora. Tudo isso vai despertar os sentidos dele. Ah, a reunião de toda a família à mesa é mais um fator a favor da alimentação saudável.
 




sábado, 23 de abril de 2011

Receitas gourmet para grávidas e para bebês

capa do livro

 
Tatiana Damberg, autora do blog culinário Mixirica, acaba de lançar seu terceiro livro. Nele, ela conta como é possível preparar pratos práticos e incrivelmente saborosos para grávidas e para bebês. Fomos atrás dessas dicas


Cozinhar para bebês não precisa ser necessariamente monótono. Muito pelo contrário, pode ter toques gourmet e, assim, aguçar o paladar da criança desde cedo. Tudo isso, claro, sem tropeçar nas regras da boa nutrição. O livro A Panela de Alice (Ed. Memória Visual, R$ 25), da redatora publicitária Tatiana Damberg, trata disso e muito mais. Lançada em meados de setembro, a obra é uma compilação com 60 receitas gostosas e práticas para mães, filhos e toda a família. Com realismo, a autora, carinhosamente apelidada de Tatu, busca alternativas para os clichês culinários que ocupam o universo do pré e pós-natal. Tatiana, aliás, é uma apaixonada pelo universo culinário. Ela é formada em gastronomia, cozinha com a alma e escreve com paixão no seu blog Mixirica, uma referência entre culinaristas por formação ou por opção.

O objetivo de Tatu é agradar a “todos os gostos e tamanhos” e mostrar para as leitoras que não existem regras imutáveis na hora de montar o cardápio do pequeno. Aliás, ela mesma testou todas as receitas. Tatiana é mãe da graciosa Alice, de um ano e meio. “Com o tempo descobri que posso confiar nas minhas próprias escolhas e decisões para montar o prato de Alice”, conta a autora.

Foi em um encontro para lá de inspirador que Tatiana conversou com a gente. Aqui, ela revela alguns dos seus segredos.



A chegada da Alice mudou a cozinha da sua casa?
Durante a gravidez, pelo cansaço e desconforto, fiquei um pouco distante da cozinha. Só voltei mesmo às panelas quando Alice começou a mastigar com a gengiva. Nunca tinha cozinhado especificamente para criança e abri um mundo completamente novo. Com alguma limitação, é claro, quanto aos ingredientes e condimentos.

Qual é a idéia do livro?
O livro é uma memória de ansiedades, medos e as soluções que encontrei. Quando estava grávida, comecei a ler blogs de outras mães. Isso me trouxe conforto, uma sensação boa de saber que a vida mudaria sim, mas nem tanto assim. O livro é uma forma de retribuição. Minha contribuição gira em torno da gastronomia, que é mais meu negócio.

De que forma a maternidade e a culinária se relacionam no livro?
A Panela Amarela de Alice está dividido de acordo com as fases da gravidez e do bebê. Ele inclui relatos pessoais e receitas voltadas para toda a família. Nele selecionei pratos para a grávida, comidas para quando o bebê está começando a comer e, em paralelo, receitas para adultos que podem ser saboreadas pelas crianças.

E como selecionou os pratos que sairiam no livro?
A maternidade toma muito tempo e energia, por isso separei receitas básicas mas charmosas. O que, no fim, é o meu estilo na cozinha. Não tenho tanto tempo e não gosto de ficar fazendo mil pré-preparos até finalizar um prato. Gosto de receitas simples, que poupam trabalho, mas sem abrir mão da beleza e do sabor.

Além de receitas gostosas, o que mais você, como mãe, tentou passar para as leitoras?
Comecei a entrar em algumas paranóias no começo da gravidez. Estava convencida de que não daria açúcar para Alice antes dela completar dois anos. Mas fui relaxando. É preciso discernimento. Quando a gente esta grávida todo mundo tem uma opinião, e um pitaco sobre o que você deve fazer ou dar para o seu filho. Aos poucos, fui adquirindo confiança nas minhas opiniões e escolhas. No livro relato como reagi a este período. Não acho que as pessoas devem fazer exatamente como fiz, sou um exemplo somente. Acredito que cada um deve escrever a própria história.

E o que a Alice mais gosta de comer?
Procuro variar o cardápio porque quero apresentar para Alice vários sabores, para ela formar um paladar rico e sem preconceitos. Ela gosta de pêra com iogurte e cardamono, de banana na frigideira com canela e creme.

Como fazer o desmame



mãe amamentando

 
 
Para algumas mulheres, o desmame pode ser tão complicado quanto o início da amamentação. A fase em que o bebê deixa de mamar no peito para tomar leite no copo ou na mamadeira e experimentar as papinhas causa mesmo dúvidas. Afinal, é o primeiro desligamento que acontece entre mãe e filho. Muitos pais têm medo de que a criança fique desnutrida ou sinta muita falta do vínculo afetivo que o aleitamento materno proporciona. Leia o dossiê que fizemos depois de conversar com especialistas no assunto e descubra como esse processo pode ser simples e saudável para ambas as partes
 
 
 
1. Como sei que está na hora de desmamar meu filho?
Não existe um momento ideal. A recomendação do Ministério da Saúde, assim como da Organização Mundial da Saúde, da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Academia Americana de Pediatria, é de que a amamentação seja exclusiva até os 6 meses de vida e complementar até os 2 anos. Na realidade, o desmame vai depender do filho, da mãe e do seu estilo de vida. Muitas vezes, o bebê dá o sinal de que chegou a hora. Ele fica tão entretido com as novidades & comidinhas novas, a possibilidade de descobrir o mundo engatinhando e andando – que perde o interesse pelo peito. A rotina profissional da mãe e sua capacidade física ou emocional também podem impossibilitar a amamentação. O importante é que a decisão seja tomada juntamente com o pediatra para que o processo não interfira na saúde do bebê e deixe mãe e filho felizes. 
 
 
 
2. Como devo oferecer o leite para o meu bebê depois do desmame?
O mais recomendado pelos órgãos especializados é oferecer leite no copinho. Diferentemente da mamadeira, ele não causaria prejuízos com a mastigação e a fala. Acha impossível imaginar seu bebê desempenhando tal performance? Saiba que muitos prematuros se alimentam dessa forma nas UTIs Neonatais. Uma pesquisa realizada na Suécia e publicada no Jornal de Pediatra da Sociedade Brasileira de Pediatria também comprovou que eles são capazes de usar o copinho. O estudo mostrou que os movimentos que os bebês fazem quando sugam no peito são muito mais parecidos com os que realizam ao beber no copinho do que ao usar a mamadeira. Os pais podem aprender a técnica correta para oferecer o copinho com o pediatra, os consultores de amamentação e os profissionais de bancos de leite. A mamadeira pode parecer mais prática, mas, além de causar prejuízos, exige um segundo desmame. Muitas vezes, é necessário que a criança experimente o copo de transição (aqueles com bicos de silicone) para só depois conseguir usar uma versão tradicional. O processo dá bastante trabalho, pois geralmente os bebês (e os pais!) criam uma dependência emocional da mamadeira difícil de largar. Ofereça o leite sempre com o bebê sentado para evitar engasgos. E lembre-se de limpar cuidadosamente todos os utensílios usados (copos, mamadeiras e bicos).
 
 
 
3. Que tipo de leite devo dar no lugar do leite materno?
O leite materno pode continuar sendo oferecido no copinho ou na mamadeira. As alternativas são as fórmulas especiais em pó, que hoje em dia são semelhantes ao leite materno, enriquecidas com vitaminas e de fácil digestão para o organismo infantil. O pediatra pode indicar qual a melhor marca. Um bebê com menos de 1 ano jamais pode ser alimentado com o leite de vaca, mais difícil de digerir e com grande risco de causar alergias. 
 
 
 
4. Quero parar de amamentar. Como faço isso sem meu filho sofrer?
O segredo é fazer tudo de forma gradativa e a mãe se sentir bem e segura com a decisão. O desmame vai ocorrer substituindo uma mamada por algum alimento, ou mamadeira, ou copo, dependendo da idade do bebê. Escolha uma mamada para oferecer mamadeira ou copinho em vez do peito e veja qual a reação. Quando ele se habituar, vá trocando outros horários também. Você pode, inclusive, oferecer o leite materno no começo para ele estranhar menos. Ordenhe seu peito manualmente ou compre/alugue uma bombinha própria para isso. A maternidade onde você teve seu bebê ou seu pediatra podem ajudar orientando sobre onde conseguir o material necessário, como proceder, armazenar o leite e os cuidados com higiene. Caso esteja no momento de começar a dar papinhas, ofereça novos alimentos aos poucos para o bebê se acostumar. Um suco de frutas na primeira semana, uma papa doce na segunda e assim por diante. Com o estômago cheio, o próprio bebê passará a mamar menos. Então vá trocando o peito pela mamadeira ou pelo copinho também de forma gradual. 
 
 
 
 5. Quando eu parar de dar o peito meu filho ficará desnutrido?
Ele não ficará desnutrido se continuar a receber leite (materno ou de fórmula) e alimentos saudáveis, dependendo da fase do seu desenvolvimento. O desmame deve ocorrer de forma correta e de preferência com o acompanhamento de um pediatra, que vai avaliar o crescimento do bebê nesse período. Até os 6 meses, o aleitamento é exclusivo, pois o leite materno possui tudo que o bebê necessita para se desenvolver com saúde. A partir daí, ele precisa de nutrientes encontrados em outros alimentos. De forma gradual, vá apresentando novas comidinhas até que o bebê se alimente de papinhas completas no almoço e no jantar, preparadas com carboidratos, proteínas, verduras e legumes. Assim você vai garantir que ele receba tudo o que precisa para ficar bem nutrido. 
 
 
 
6. Voltei a trabalhar e meu filho passou a rejeitar meu peito. Isso é normal?
Sim, é normal. O bebê pode estranhar a falta da presença da mãe ao receber o leite de outra forma e rejeitar o peito como uma forma de assinalar isso. é necessário paciência até que ele se acostume com as novas maneiras de ser alimentado. A pessoa que está cuidando dele precisa fazer com que o momento da refeição seja especial, realizado em um ambiente calmo e tranquilo, deixando o pequeno aconchegado. Assim ele vai aprender a gostar dessa forma de comer também. Na hora de dar o peito, procure ficar em lugares que você sempre amamentou. E, se ele realmente não quiser mais o peito, talvez seja a hora de desmamar totalmente.
 
 
 
 7. Meu filho diminuiu o consumo de leite depois que desmamou. Ele corre algum risco?
Um bebê, depois do desmame, deve ingerir cerca de 600 ml de leite por dia, o que dá mais ou menos três mamadeiras. é importante ele continuar consumindo leite, pois é rico em cálcio, um dos minerais mais importantes nessa fase. O nutriente é responsável pelo crescimento e pela manutenção dos ossos e ajuda na formação dos dentes e do sistema nervoso. O leite ainda tem proteína, que auxilia na multiplicação das células, e vitamina A, que garante a imunidade. Uma forma de suprir esses nutrientes quando o bebê não aceita tanto o leite, são os seus derivados. Iogurtes e queijos costumam agradar a garotada. 
 
 
 
8. Vou voltar a trabalhar e meu bebê não aceita a mamadeira. O que faço?
O ideal é planejar o desmame. Duas semanas antes de voltar ao trabalho, ordenhe seu leite e ofereça no copinho ou mamadeira para o bebê estranhar menos a transição. Se ele não aceitar com você, experimente que outra pessoa dê: o pai, a avó, a babá ou algum parente que ele conheça. Caso sua opção seja a mamadeira, não se esqueça de testar vários tipos de bico até achar um ao qual seu filho se adapte. Culturalmente estamos acostumados a utilizar mamadeiras, mas os especialistas observam que os bebês amamentados têm uma transição mais tranquila quando usam o copinho. 
 
 
9. Como faço para desmamar uma criança com mais de 1 ano e meio, que já entende melhor o que está acontecendo?
Primeiro você deve estar segura sobre o desmame para passar esse sentimento ao seu filho. é natural um bebê desmamar e, quando feito da maneira correta, ele não sofrerá ou ficará desnutrido. Depois, planeje para que tudo seja feito de forma gradual. Troque as mamadas aos poucos por outra forma de oferecer o leite e seus derivados. E seja flexível. Você pode, por exemplo, manter a mamada noturna, que o faz adormecer até ele se adaptar melhor com a troca feita em outros horários. O pequeno pode apresentar fatores emocionais que mostram que ele sente medo de se separar da mãe: gaguejar, maiores requisições, apego a objetos. Mostre que o amor de vocês continua ali de outras formas.
 
 
 
10. Estou desmamando e meu filho está muito irritado. Por que isso acontece?
O bebê pode ficar irritado durante o desmame, pois sai de uma situação conhecida e confortável (o peito da mãe) para outras que não conhece e que são um desafio: a mamadeira, o copinho, as papinhas. Até descobrir que essa troca é prazerosa, ele pode chorar, ficar manhoso e requisitar mais a mãe. Afinal, o desmame nada mais é do que um desligamento. Além disso, o leite materno contém enzimas digestivas que facilitam a vida do organismo infantil. Quando começam as papinhas, o sistema digestivo tem de trabalhar sozinho, e isso pode causar cólicas e desconfortos. é um momento que exige bastante paciência da família. 
 
 
11. Parei de amamentar e meus peitos continuam cheios de leite e doloridos. O que devo fazer?
Se as mamas ainda estão cheias, pode ser que o desmame tenha ocorrido de maneira muito rápida. Com o bebê diminuindo as mamadas, o organismo entende que não precisa produzir tanto e reduz a quantidade de leite. Mas se o desmame é abrupto, não dá tempo de esse entendimento ocorrer e a produção continua igual, mesmo sem a demanda. Ordenhe suas mamas até se sentir mais confortável, mas lembre-se de não retirar todo o leite, pois o objetivo não é estimular a produção. Depois faça compressas frias nas mamas por dez minutos. Após alguns dias, se o problema não estiver resolvido, peça ajuda para o pediatra ou para a consultora de amamentação da sua maternidade. 
 
 
12. Estou fazendo o desmame, mas já sinto muita falta de amamentar. Tenho medo de não ter mais uma ligação especial com meu bebê. O que posso fazer?
Enquanto algumas mulheres têm uma incrível sensação de liberdade quando acontece o desmame, outras sentem muita falta desse ato tão prazeroso para mãe e filho. Mas o desmame do bebê é algo natural e o amor entre ambos não vai acabar, apenas ocorrer de maneiras diferentes. é hora de valorizar outras formas de ligação com o filho, até para não interferir em seu desenvolvimento. O vínculo pode ser fortalecido com os cuidados diários, em um banho gostoso antes de ele adormecer, na cantiga que a mãe canta, em um colo aconchegante.